Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coronavírus: 25% dos mortos não são do grupo de risco

Avanço do coronavírus nas favelas brasileiras pode ter relação com a mudança do perfil de vítimas; levantamento foi feito pelo jornal 'O Globo'

Por Jana Sampaio Atualizado em 13 abr 2020, 13h35 - Publicado em 13 abr 2020, 13h05
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O avanço do coronavírus nas favelas brasileiras pode ser o fator responsável pela mudança de perfil das vítimas da doença no país. Segundo um levantamento do jornal O Globo com base em dados do Ministério da Saúde, 25% dos mortos têm menos de 60 anos e nenhuma comorbidade – como diabetes, hipertensão e problemas respiratórios. O número teria disparado nos últimos quinze dias. A relação entre renda e mortalidade seria justificada pela falta de recursos básicos, como água e saneamento, nas residências periféricas.

    Publicidade

    O levantamento aponta que o país segue um padrão diferente do observado nos Estados Unidos e na Espanha, por exemplo, esse último com uma taxa de 4,6% de mortes entre pessoas fora do chamado grupo de risco. Desde o início da pandemia, seis dos 170 mortos no estado do Rio de Janeiro moravam em comunidades. Uma pesquisa do Data Favela mostrou que a Covid-19 já alterou a vida de 97% das 13,6 milhões de moradores de favelas no Brasil.

    Publicidade

    “O número de casos aumenta quando a doença passa a ter uma fase comunitária e sua disseminação não é mais restrita aos que se contaminaram no exterior. As favelas, por reunirem muitas pessoas em casas com poucos cômodos e mal ventiladas, se tornam um possível foco de contaminação. Outro fator que pode impactar é a questão nutricional, uma vez que pessoas bem alimentadas conseguem manter o sistema imunológico funcionando normalmente”, afirma Laura de Freitas, microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo.

    Como forma de reduzir o impacto da doença nessas regiões menos abastadas, a Central Única das Favelas e outros organizações não-governamentais se uniram para distribuir sabonetes, álcool em gel, produtos de limpeza e alimentos para as famílias terem condições de se protegerem. Outro problema a ser enfrentado é a disseminação de notícias falsas, que cria dúvidas na população.

    Continua após a publicidade

    Enquanto o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, orienta o isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro se refere à pandemia como “gripezinha” e cumprimenta apoiadores, contrariando a sugestão da pasta de não incentivar aglomerações.

    Publicidade

    “A maioria das pessoas não entende a situação complexa que vivemos, por isso é necessário unificar o discurso para que elas saibam o que fazer e não terem dúvidas de quem ouvir”, diz Dimas Tadeu Covas, presidente do Instituto Butantan e coordenador da plataforma de laboratórios de diagnóstico de coronavírus de São Paulo.

    ASSINE VEJA

    O vírus da razão O coronavírus fura a bolha de poder inflada à base de radicalismo. Leia também: os relatos de médicos contaminados e a polêmica da cloroquina ()
    Clique e Assine
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.