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CoronaVac: quem deve tomar a vacina primeiro e outras respostas

Antígeno teve eficácia aferida em 78%; pedido de uso na Anvisa está previsto para ocorrer amanhã, diz o governo de SP

Por Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 mar 2021, 13h53 - Publicado em 7 jan 2021, 18h52

Com a eficácia de 78% divulgada nesta quinta-feira, 7, a vacina contra a Covid-19 CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan, é uma das principais candidatas para que uma vacinação contra o novo coronavírus seja iniciada no Brasil nas próximas semanas. Diante das novas informações e do plano de vacinação regional a ser iniciado pelo governador João Doria (PSDB), VEJA responde as principais dúvidas envolvendo o antígeno. Confira:

Quem receberá a CoronaVac primeiro?
De acordo com o Programa Estadual de Imunização, anunciado pelo governador João Doria, os primeiros grupos a receberem o antígeno, a partir do dia 25 de janeiro, serão trabalhadores de saúde, indígenas e quilombolas em São Paulo. Seguidos de pessoas acima de 75 anos (a partir de 8 de fevereiro); pessoas de 70 a 74 anos (a partir de 15 de fevereiro); pessoas de 65 e 69 anos (a partir de 22 de fevereiro) e de 60 a 64 anos (a partir de 1º de março). A segunda dose deve ser dada 21 dias depois da primeira. Outros grupos devem ser vacinados gradativamente ao longo dos outros meses. Outros cronogramas ainda não foram divulgados. Esta primeira fase totaliza 9 milhões de pessoas.  Ainda não está claro, contudo, como a compra de doses por parte do Ministério da Saúde pode alterar os planos regionais.

O que falta para o imunizante ser aprovado?
É preciso que o Instituto Butantan conclua a entrega de um dossiê com cerca de 10.000 páginas junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e protocole, oficialmente, o pedido. Hoje ocorreu a segunda reunião entre as duas partes para que fossem alinhados os últimos documentos necessários para a submissão (a outra foi por volta das 10h). A previsão do Butantan é que o pedido oficial seja feito na sexta-feira, 8.

Por que o pedido não será feito hoje?
Fontes médicas ligadas ao pedido de autorização à Anvisa afirmaram que ainda há uma dúvida em relação à eficácia do medicamento. O dado de eficácia em 78% não corresponde ao cálculo apresentado no estudo. Seria menor. Para solucionar a questão, técnicos do Butantan devem contatar nas próximas horas os especialistas da Sinovac para esclarecer o caso. Este é o único item faltante para que o pedido de autorização seja protocolado.

O que significa o dado de eficácia?
A informação de que a vacina tem 78% de eficácia quer dizer que a cada 100 pessoas que entrarem em contato com o vírus, 78 estarão protegidas da doença. Há, porém, outro dado muito relevante que é a proteção de 100% contra casos graves e moderados da doença. Isso quer dizer que, caso a pessoa adoeça com o novo coronavírus, terá apenas um quadro leve que não deve necessitar de internação. Essa característica afasta a preocupação relacionada aos altos números de óbitos relacionados à Covid-19 e à lotação de hospitais. Para se ter uma ideia, os primeiros grupos a serem vacinados correspondem a 77% das mortes na região. Protegê-los é fundamental.

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Ela é tão confiável quanto as outras vacinas?

Há certeza de controle de qualidade no Brasil, porque a CoronaVac será produzida pelo Instituto Butantan, de vitoriosa história na preparação de vacinas. O Butantan já oferece seis substâncias para o Programa Nacional de Imunização: contra gripe, HPV, hepatite B, hepatite A, DTPa (contra difteria, tétano e coqueluche) e raiva. Condená-la, portanto, é tolice.

Quanto custará cada dose?
A população tomará gratuitamente o antígeno por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o poder público, no entanto, já foi divulgado que cada antígeno terá o custo de cerca de 10,30 dólares. Este valor apareceu em um ofício enviado pelo governo de São Paulo ao Ministério da Saúde. A pasta afirmou que assinou hoje um acordo com o governo do estado.

Quantas doses já estão em São Paulo?
A mais recente entrega de matéria-prima ao Instituto Butantan ocorreu no dia 30 de dezembro. Com este lote, o volume total do imunizante já entregue a São Paulo é de 10,8 milhões de unidades. Ou seja, pouco mais de 2 milhões a mais para dar, ao menos, uma dose ao todo grupo prioritário de 9 milhões de pessoas.

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Ela estará disponível apenas em São Paulo ou para todo o Brasil?
Ainda não está claro como se dará a integração da CoronaVac ao Programa Nacional da Imunização do Ministério da Saúde. O governo de São Paulo garantiu até a tarde desta quinta-feira, 7, que iniciará a vacinação por São Paulo a partir do dia 25 de janeiro, mas que tem total interesse em incluir seu imunizante no programa de distribuição nacional. O Ministério da Saúde que diz que toda a vacinação no Brasil se dará de forma integral em todos os municípios. E que todas as doses da CoronaVac devem integrar o plano nacional. O ministro Eduardo Pazuello afirmou comprará 100 milhões de doses, o máximo que o Butantan conseguiria produzir. Não está claro se isso muda os planos do governo de São Paulo.

Como funciona a vacina?
A CoronaVac utiliza uma tecnologia conhecida: a de vírus inativado. Ou seja, a vacina é feita com o novo coronavírus em si, mas alterado em laboratório, sem a capacidade de infectar. Depois, é acrescido a ele elementos químicos que ajudam na produção de anticorpos, disparando, assim, o sistema imune do organismo.

Posso tomar uma dose da CoronaVac e complementar com outra vacina?
Não. Ainda não há estudos finalizados que validem o intercâmbio de vacinas e de tecnologias para Covid-19. Por enquanto, todos os brasileiros devem tomar as duas doses de uma mesma vacina para que se tenha uma imunização robusta.

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Nesta quinta-feira, 7, o Brasil teve médias moveis em 40.814,3 casos confirmados e 792,7 mortes.

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