Uma dúvida no cálculo da eficácia da CoronaVac, vacina desenvolvida pela Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan fez com que o laboratório desistisse de protocolar nesta quinta-feira, 7, o pedido de uso emergencial do medicamento no país, dizem fontes ligadas ao processo. O governo de São Paulo, porém, garantiu ao longo do dia de hoje que o pedido será feito na sexta-feira, 8.
Conforme VEJA antecipou, especialistas envolvidos nos trâmites afirmaram que os cálculos apresentados no estudo não correspondem aos 78% de eficácia apresentados pela farmacêutica chinesa. O dado publicado hoje, na realidade, seria um desfecho secundário, feito em um subgrupo do total de pessoas que participaram do estudo. A estimativa de 100% de eficácia em casos graves também está atrelada a um grupo menor.
O número global de eficácia — fundamental para a entrada de documentos junto à Anvisa — e que contabiliza a eficiência do medicamento em todos os vacinados no estudo de fase 3, seria menor. Técnicos do Butantan devem conversar com a Sinovac nas próximas horas para alinhar a questão. A eficácia global, no entanto, não está abaixo dos 50% exigidos pela agência para conceder a aprovação. Portanto, ainda com a revisão dos números seria possível protocolar o pedido e vacinar os brasileiros.
De acordo com o Instituto Butantan, a vacina tem 78% de eficácia em casos sintomáticos e 100% de eficácia em casos graves. O instituto de referência em imunizantes não apresentou como foi feito o cálculo da eficácia em coletiva de imprensa realizada hoje. Esse cálculo foi tradicionalmente apresentado por outras farmacêuticas que apresentaram dados de eficácia de vacinas contra a Covid-19.