A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu consulta pública nesta sexta-feira, 12, para a inclusão da droga para obesidade liraglutida 3 mg na rede pública. O medicamento de nome comercial Saxenda, da farmacêutica Novo Nordisk, pacientes com obesidade e IMC (índice de massa corporal) acima de 35kg/m², pré-diabetes e alto risco de doença cardiovascular. A consulta poderá ser acessada até 31 de maio neste link.
O remédio faz parte de uma nova geração de fármacos para o tratamento de diabetes tipo 2 que atuam em receptores de hormônios produzidos pelos intestinos, responsáveis pela sensação de saciedade. Em ensaios clínicos, essas medicações demonstraram potencial para o emagrecimento de pessoas obesas e com sobrepeso e comorbidades.
“Considerando a sustentabilidade do sistema de saúde, a proposta (de submissão) delimitou o público-alvo às pessoas com IMC (índice de massa corporal) acima de 35, com pré-diabetes e alto risco de doença cardiovascular, para acesso gratuito ao medicamento via sistema público. O mesmo recorte populacional foi utilizado em outros processos semelhantes, como na incorporação do medicamento ao sistema de saúde britânico (NHS)”, informou, em nota, a Novo Nordisk. Segundo a empresa, além do Reino Unido, Holanda e Colômbia incorporaram o tratamento no sistema público de saúde.
A obesidade triplicou entre 1975 e 2021, chegando a 1 bilhão de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a incidência dobrou em dezessete anos. E os números vão continuar aumentando. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2023, a projeção para 2035 é de que 1 em cada 4 pessoas (quase 2 bilhões) conviverá com a doença e mais da metade da população mundial, cerca de 4 bilhões de pessoas, viverá com sobrepeso (IMC entre 25,0 e 29,9). No Brasil, 41% dos adultos brasileiros terão obesidade.
“Com esta submissão, queremos reforçar nosso propósito em ampliar o acesso da população, por meio do sistema público de saúde, a mais opções de tratamentos que sejam eficazes no combate a doenças crônicas, como a obesidade. É apenas um passo dentro de uma jornada, para a qual estamos abertos ao diálogo e ao fortalecimento de parcerias”, explica Isabella Wanderley, gerente geral e vice-presidente corporativa da Novo Nordisk no Brasil.