PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Continua após publicidade

Conheça a cirurgia íntima mais procurada pelos homens

A bioplastia ou preenchimento de pênis é o procedimento estético íntimo mais procurado por homens que não estão satisfeitos com comprimento de órgão

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jan 2019, 22h17 - Publicado em 4 jan 2019, 18h20
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “O pênis não é apenas parte do corpo: ele é determinante da identidade e do comportamento”. A frase, escrita pelo ensaísta inglês Tom Hickman em Um Rabisco de Deus traz uma clara dimensão da importância do órgão para os homens. Símbolo de poder, domínio e virilidade, o pênis sempre ocupou posição de relevância na cultura de praticamente todas as civilizações.

    No Ocidente prevalece a perspectiva romana, na qual pênis grande é um símbolo de poder. Os generais romanos promoviam subordinados com base no tamanho de seus dotes. A crença é: quanto maior, melhor. O presidente americano Lyndon Johnson se reunia com os assessores enquanto tomava banho, só para exibir seu poderio bélico. Charles Chaplin orgulhava-se de carregar a “Oitava Maravilha do Mundo”. Por isso, quando se fala nele, a preocupação com o tamanho é uma das mais inquietantes.

    Uma rápida busca no Google com o termo “aumento de pênis” traz mais de 1 milhão de resultados. A maioria promete o fim do complexo de inferioridade. Variam de tratamentos caseiros a cirurgias, implantes, injeções, pílulas e até técnicas de massagem. Para desilusão dos homens, a ciência é clara: não existe, até hoje, método seguro e eficaz capaz de aumentar – em comprimento ou circunferência – o tamanho do pênis.

    No entanto, a falta de endosso científico não é empecilho para quem não está satisfeito com o tamanho do falo. Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética mostram que entre 2013 e 2017 foram feitos 45 604 procedimentos de aumento de pênis no mundo. Somente no Brasil, foram 1 316 no mesmo período. Esses números certamente são subestimados, pois o levantamento contabiliza apenas membros da entidade. No London Centre for Aesthetic Surgery, clínica de estética referência no método, o número de cirurgias passou de cerca de cinco por ano na década de 1990 para 250 em 2017.

    Alongar ou preencher?

    Existem duas possibilidades para aumentar o pênis: alongamento ou preenchimento. O último, chamado bioplastia peniana, é o queridinho da vez. “Nos últimos 5 anos, houve um aumento de 30% na procura por esse procedimento”, afirma o cirurgião plástico Murillo Caldeira.

    A técnica consiste na injeção de um material biocompatível, como gordura retirada do próprio paciente (por meio de lipoaspiração) ou ácido hialurônico no tecido sob a pele do órgão. O procedimento tem cerca de uma hora de duração e aumenta a circunferência do órgão de 1 a 5 centímetros.

    Continua após a publicidade

    A recuperação prevê basicamente a abstenção de relações sexuais por duas semanas. Os possíveis efeitos colaterais incluem infecções, inchaço, absorção do material injetado, formação de nódulos e deformações. É comum encontrar ‘profissionais’ oferecendo a injeção de PMMA (polimetilmetacrilato) – produto utilizado pelo Dr. Bumbum – para aumentar a circunferência do pênis. Entretanto, a substância é altamente contra indicada para essa finalidade.

    Diz Roberto Viel, cirurgião plástico e fundador do London Centre for Aesthetic Sugery: “A gordura é a substância mais segura. O PMMA é o material menos indicado para esse procedimento, pois pode trazer graves riscos e deformidades no longo prazo”.

    Para alongar, é feito um corte nos ligamentos que prendem a base interna do pênis aos ossos da bacia. Após o corte, essa parte projeta-se para fora, aumentando o tamanho do pênis em cerca de 2 centímetros. O principal cuidado depois da cirurgia é tomar um medicamento para evitar ereções. Os riscos incluem redução da ereção e retração do pênis.

    Vale ressaltar que o aumento do comprimento só aparece quando o pênis está flácido. Ereto, não há diferença. Mas, para muitos, o importante é causar uma boa primeira impressão. Seja no quarto ou no vestiário. Diz Sidney Glina, urologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC: “É uma questão muito curiosa. Na maioria dos casos, é uma questão de vestiário,  um problema de autoafirmação em relação aos outros homens e não com as mulheres”. Um estudo do King’s College, em Londres, concluiu que um terço dos homens se estressa em relação ao tamanho do pênis.

    Continua após a publicidade

    Transtorno dismórfico peniano

    A ansiedade excessiva dos homens em relação ao tamanho do pênis virou fonte de estudo de psicólogos e psiquiatras e ganhou até mesmo um nome: transtorno dismórfico peniano. O problema caracteriza-se pela visão distorcida do próprio corpo. Nesse caso, do tamanho do pênis. Homens com o problema devem ser desencorajados da cirurgia e encaminhados para terapia.

    A insatisfação é tanta que, no desespero, muitos homens acabam fazendo auto-aplicações ou procurando profissionais que não estão aptos a realizar o procedimento. Há relatos de homens que injetaram silicone em gel e até mesmo vaselina. Nesses casos, os danos podem ser desastrosos e incluem gangrena, deformidade, ‘encurtamento grave’, infecção e inchaço.

    Como a maioria dos homens que chega aos consultórios buscando formas de aumentar o pênis tem um membro com tamanho considerado normal, especialistas ressaltam que em qualquer caso, as expectativas devem ser bem esclarecidas antes da cirurgia. “Precisamos ser honestos com o paciente. Se ele sabe exatamente o que esperar, ele ficará satisfeito.”, afirma Viel.

    O que dizem as sociedades médicas

    Nenhuma cirurgia estética para aumento peniano é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, pela Sociedade Brasileira de Urologia ou pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A técnica só é indicada em raros casos de micro pênis – quando o órgão ereto mede menos de 7 centímetros. Diz Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo: “Não existem pesquisas que demonstrem a segurança e a eficácia dessas técnicas, então não há nenhuma sociedade que recomenda e poucos profissionais se arriscam a fazer”.

    Continua após a publicidade

    Um estudo publicado na revista European Urology, cirurgiões do centro St. Peter’s Andrology, em Londres, com 42 homens que haviam sido submetidos à operação mostrou que dois terços estavam insatisfeitos com os resultados. O incremento médio conseguido com a cirurgia foi de 1,3 cm.

    Afinal, o que é tamanho normal?

    Uma revisão de dezessete estudos, realizados com 15 521 homens, revelou que o comprimento médio de um pênis flácido é 9,16 centímetros. No órgão ereto, a média foi de 13,12 centímetros. Já a circunferência média do pênis flácido foi de 9,31 centímetros e ereto de 11,66 centímetros.

    Mais vaidade

    O aumento do interesse dos homens por cirurgias íntimas acompanha uma tendência no mundo masculino: a maior abertura a procedimentos estéticos em geral. Em 2017, eles representaram 14,4% dos pacientes (um pequeno aumento em relação a 2016), com 3.183.351 procedimentos realizados mundialmente. As cinco intervenções mais requisitadas entre os homens são blefaroplastia, ginecomastia, rinoplastia, lipoaspiração e transplante capilar.

    Com foco nesse público mais vaidoso, a dermatologia estética tem extrapolado os benefícios de procedimentos já consagrados no rosto, para a região genital, por exemplo. Uma dessas técnicas é a aplicação de toxina botulínica na pele do escroto. O procedimento, apelidado de Scrotox, relaxa o músculo local, deixando a pele mais lisa, com aparência mais jovem e o escroto com aspecto mais alongado.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.