Conheça seis hábitos capazes de reduzir o risco de câncer de mama
Práticas saudáveis são, comprovadamente, formas simples de diminuir a probabilidade de desenvolvimento da doença
No Brasil, o câncer de mama corresponde a 28,1% dos novos casos da doença a cada ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Com exceção dos tumores de pele não melanoma, este tipo de câncer é o mais frequente entre mulheres das regiões Sudeste, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. O percentual brasileiro é mais elevado que a taxa global, que é de 25%. As projeções para 2018 ainda indicam que, no mundo inteiro, 627.000 de pessoas podem morrer devido à doença.
Apesar dos números, o câncer de mama está entre os tipos mais tratáveis da neoplasia, especialmente com diagnóstico precoce e tratamento adequado. Além disso, de acordo com o Inca, 30% dos casos da doença podem ser evitados apenas com adoção de hábitos saudáveis, como praticar exercício físico regularmente e evitar o consumo excessivo de álcool.
O site especializado Time Health preparou uma lista com seis hábitos simples que podem ajudar as mulheres a reduzir os riscos.
1. Coma fibra
A fibra já provou-se benéfica para o controle de peso e melhora o funcionamento do sistema digestivo; agora, o nutriente também ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) descobriu que comer três porções diárias de frutas e verduras ricas em fibras durante a adolescência diminui em 25% o risco da doença na fase adulta.
Os pesquisadores ainda notaram que certas frutas conferem maior proteção: maçã, banana e uva são mais redutoras durante a adolescência, enquanto couve e laranja contribuem para a redução do risco na idade adulta. Além das fibras, esses alimentos são ricos em flavonoides, que atuam como antioxidantes para combater danos celulares capazes de desencadear o crescimento celular anormal.
“Este estudo ressalta a importância do que uma menina come para sua saúde futura. E também tem uma mensagem importante para as escolas sobre a necessidade de proporcionar aos alunos a oportunidade de consumir mais frutas e vegetais como parte do programa de refeições escolares”, disse Maryam Farvid, coautora da pesquisa, à Time Health.
2. Cuidado com a gordura
Uma pesquisa publicada em maio no JAMA Oncology descobriu que mulheres que seguem dietas pobres em gordura e ricas em grãos integrais correm um risco 22% menor de morrer de câncer de mama. Também foi sugerido que as mulheres que mantiveram a dieta menos gordurosa por períodos mais longos apresentaram chances maiores de sobreviver à doença.
“O que vemos é um efeito notável. Mostramos que a intervenção dietética após o diagnóstico [de câncer de mama] foi mais importante do que a intervenção dietética antes do diagnóstico”, explicou Rowan Chlebowski, co-autor do estudo.
Apesar disso, os pesquisadores não foram capazes de explicar por que uma dieta com baixo teor de gordura – no estudo, ela correspondia a 20% das calorias diárias – reduz o risco, mas eles acreditam que o resultado está associado à perda de peso e a maior ingestão geral de nutrientes estimulada pela dieta.
A adoção da nova dieta ainda conseguiu diminuir em 24% o risco de morte por outros tipos de câncer e mostrou um risco 38% menor de morte por doença cardíaca.
3. Evite o álcool
Um artigo publicado no ano passado no Journal of Clinical Oncology mostrou que o consumo regular de bebida alcoólica está associado a pelo menos sete tipos de câncer, principalmente ao câncer de mama. Os especialistas estimam que 5,5% dos novos casos de câncer pelo mundo estão relacionados ao consumo excessivo de álcool. Isso aconteceria porque o álcool pode aumentar os níveis de estrogênio para um grau potencialmente perigoso.
“Embora esta associação tenha sido estabelecida há muito tempo, a maioria dos oncologistas, dos leigos e dos pacientes com câncer não estão cientes do risco. Essa foi uma oportunidade para aumentarmos a conscientização”, comentou Noelle LoConte, da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos.
Outra pesquisa, publicada no British Medical Journal (BMJ), indicou que uma dose diária de álcool (para mulheres) aumenta o risco do desenvolvimento de cânceres em geral para 13%, especialmente o de mama.
4. Não fume
O tabagismo já é conhecido por aumentar a probabilidade do desenvolvimento de câncer de pulmão, mas pesquisas sugerem que os carcinógenos presentes no cigarro podem aumentar o risco de outros tipos da doença, incluindo o câncer de mama.
Um estudo publicado no ano passado na revista Breast Cancer Research sugeriu que o risco é particularmente maior para mulheres que começam a fumar na adolescência, uma vez que os cigarros afetam as vias hormonais durante o desenvolvimento das mamas. Os pesquisadores ainda ressaltam que o risco relativo de câncer de mama associado ao tabagismo é maior para mulheres com histórico familiar da doença.
5. Se exercite
O exercício físico traz inúmeros benefícios para a saúde física, em especial a cardiovascular, e mental – ajudando a aliviar o stress e melhorando o humor. Pesquisas também mostraram que a atividade física regular pode reduzir o risco de câncer de mama. A explicação: o exercício pode melhorar o sistema imunológico e reduzir gordura corporal, fator que já está associado ao menor risco da doença.
A queda na inflamação também é um resultado positivo. “Inflamação é uma ativação de células e componentes derivados de células que têm o trabalho de combater invasões e, em alguns casos, apenas absorver ou limpar células danificadas”, explica Valter Longo, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, à Time Health.
Além disso, uma pesquisa mostrou que até 40% dos cânceres estão associados ao excesso de peso ou à obesidade. Portanto, a prática da atividade física pode estimular o emagrecimento e, consequentemente, diminuir o risco de câncer. Um estudo do JAMA Oncology determinou que 300 minutos (equivalente a cinco horas) de atividade física por semana é o ideal para alcançar ambos os objetivos.
6. Reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal costuma ser procurada por mulheres que desejam aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor e fadiga. No entanto, um relatório divulgado pelo Sociedade Americana de Câncer mostrou que utilizar essa terapia pode aumentar o risco de câncer de mama.
A terapia de estrogênio-progesterona (EPT) é um dos tratamentos que aumentam a probabilidade – quanto mais EPT for usado, maior é o risco, apontou pesquisa. Destacou-se ainda que mulheres que utilizam a terapia de estrogênio-progesterona estão mais propensas a descobrir o câncer de mama quando este já está maior e se espalhou para além da mama.
Por causa disso, muitos médicos começaram a perceber que os riscos podem superar os benefícios para muitas mulheres. Portanto, discuta a possibilidade com o seu médico e verifique o seu risco de desenvolver câncer em decorrência da terapia.