Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Como os alimentos ultraprocessados afetam nossa saúde mental

Novos estudos relacionam exageros no consumo a sintomas de ansiedade, depressão e até declínio cognitivo

Por Diego Alejandro
2 jun 2023, 07h32

Apesar de o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, orientar a preferência por alimentos naturais e comida caseira, o consumo dos ultraprocessados tornou-se cada vez mais prevalente no país. Fazem parte do grupo salgadinhos industrializados, biscoitos recheados, pacotes de macarrão instantâneo, refrigerante, hambúrguer e outros tipos de fast-food. 

Não é uma exclusividade nossa. Nos Estados Unidos, estimativas atuais apontam que aproximadamente 60% das calorias diárias sejam provenientes dessas fontes. 

Esses produtos embalados, que vão desde cereais matinais, refeições congeladas e doces, dominam as prateleiras disponíveis em mercearias e supermercados, e são formulados para serem altamente palatáveis e viciantes, mas muitas vezes carecem de qualidades nutricionais.

Nos últimos anos, o abuso nesses produtos tem sido associado a prejuízos à saúde, com maior exposição a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. No Brasil, segundo estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine, cerca de 57 mil mortes prematuras de pessoas entre 30 e 69 anos por ano podem ser atribuídas a esse hábito alimentar.

Não bastasse, pesquisas recentes destacam outro aspecto preocupante na ingestão exagerara de ultraprocessados: seu impacto negativo na saúde mental.

Continua após a publicidade

Em um estudo com mais de 10 mil adultos nos Estados Unidos, quanto mais alimentos do tipo os participantes ingeriam, maior a probabilidade de relatarem depressão leve ou sentimentos de ansiedade. “Houve um aumento significativo de dias mentalmente insalubres para aqueles que ingeriram 60% ou mais de suas calorias de ultraprocessados”, disse Eric Hecht, líder do trabalho, ao New York Times. “Isso não é prova de causalidade, mas podemos dizer que deve haver uma associação”

Outras pesquisas, inclusive conduzidas por aqui, encontraram uma conexão entre o alto consumo de ultraprocessados e o declínio cognitivo. Uma equipe de cientistas da USP acompanhou quase 11 mil adultos brasileiros ao longo de uma década e encontrou uma correlação entre uma dieta pautada por esses alimentos e a piora na capacidade de aprender, raciocinar, guardar as lembranças e resolver problemas. 

O declínio cognitivo foi acelerado em 28% nas pessoas que consumiam mais de 20% de suas calorias de ultraprocessados.

Continua após a publicidade

É possível, contudo, que uma dieta saudável compense os efeitos prejudiciais da sobrecarga de industrializados. Os pesquisadores da USP descobriram que seguir um regime alimentar saudável, como a dieta Mind – que é rica em grãos integrais, verduras de folhas verdes, legumes, nozes, frutas vermelhas, peixe e azeite –, reduziu o risco de demência.

O mesmo pode ser dito em relação à saúde mental – apesar de a relação ainda não ser totalmente compreendida. A fibra, predominantemente encontrada em alimentos à base de plantas, favorece a microbiota intestinal, tendo efeitos indiretos no bem-estar cerebral. 

Por outro lado, existem indícios de que uma dieta rica em açúcar e aditivos, comuns em alimentos processados, possa contribuir para a desregulação da flora e aumentar o risco de dificuldades cognitivas e emocionais. 

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.