A nova onda de Covid-19 na China começa a preocupar o mundo. Em 2019, o novo coronavírus, que iniciou sua circulação no país oriental, não demorou para se espalhar pelo globo, dando origem à pandemia da Covid-19 que, mesmo com o rápido desenvolvimento de vacinas e medicamentos, já se arrasta por três anos. É fato que a vacinação amenizou e muito os efeitos do vírus, salvando milhões de vidas em todo o planeta. Continua, aliás, sendo a melhor alternativa de combate à doença, mas o risco de novas variantes, a alta transmissibilidade pela flexibilização de medidas protetivas e a falta de insumos médicos são problemas que podem causar novas ondas em outras partes do mundo, inclusive no Brasil, que na última semana registou um aumento de 80% no número de casos e mortes pela doença.
Neste momento, embora as causas ainda não estejam muito claras, a China enfrenta um novo surto provavelmente provocado pelo fim da Covid Zero – política imposta pelo governo chinês em 2020, para tentar interromper a transmissão do coronavírus entre os 1,4 bilhão de habitantes do país – que fez com que a mobilidade e as aglomerações aumentassem em diversas regiões; e a baixa cobertura vacinal de doses de reforço e entre idosos – apenas 57% da população tomou a terceira dose – que garante maior proteção contra a ômicron e suas sublinhagens. Além disso, o governo chinês resolveu não usar as vacinas bivalentes, mais eficazes contra essas novas cepas atualmente predominantes no mundo.
Além de inevitáveis problemas sanitários e econômicos, os principais pontos que merecem atenção sobre essa nova onda chinesa são o surgimento de novas variantes que escapem da proteção das vacinas disponíveis, que impedem o desenvolvimento de doença grave e mortes, e os insumos médicos e farmacêuticos produzidos e exportados pela China, já que o país detém a produção global desse tipo de produto.
Segundo a agência de notícias RFI, quase um terço da população de Pequim está sob suspeita de estar contaminada com o coronavírus, algo em torno de 22 milhões de pessoas. Na segunda-feira, 19, o governo chinês confirmou oficialmente as duas primeiras mortes por Covid-19 desde o começo de dezembro, após o fim da política de Covid Zero. Um estudo projetou mais de 1 milhão de óbitos no país e já se noticia superlotação em hospitais, necrotérios e crematórios. “É possível que 2 milhões de pessoas morram de Covid no país na nova onda”, afirmou Zhou Jiatong, chefe do Centro de Controle de Doenças de Guangxi, sul da China.
Ou seja, é bom que todos os países, inclusive o Brasil, se preparem para uma possível nova onda global. Especialistas continuam alertando para a importância da vacinação e do uso de máscaras e álcool em gel como medidas de proteção. Afinal de contas, é fato que a pandemia ainda não acabou e, nesse caso, vale a máxima: “é melhor prevenir, do que remediar”.