Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Como minimizar os riscos na pandemia com a volta às aulas

Diversos estados começam a ensaiar o retorno das atividades escolares, mas o assunto ainda é alvo de preocupação. Há protocolos que devem ser seguidos

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jul 2020, 19h41
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Diversos estados brasileiros começam a ensaiar a volta às aulas. São 50 milhões de crianças em idade escolar no Brasil. O Amazonas foi o primeiro a voltar com o ensino presencial nas redes pública e privada. Em São Paulo, a previsão para o retorno é em setembro, mas isso pode mudar se não forem atingidos os critérios mínimos definidos pelo governo para a retomada do ano letivo presencial. De qualquer forma, a questão preocupa pais, professores e especialistas.

    “As crianças desenvolvem poucos sintomas, mas podem transmitir para os adultos. Além disso, o retorno aumenta a circulação de pessoas ao redor. Há os adultos que precisam levar e buscar, o transporte escolar, etc.” diz o infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini.

    Estudos sobre o assunto sugerem que o sucesso da iniciativa depende de uma regra básica: tamanho da turma, distanciamento físico e prevalência do vírus no local. O comportamento diferente por faixa etária também influencia. Se por um lado, trabalhos  mostram que os pequenos transmitem menos, é mais difícil garantir que eles mantenham o distanciamento social dos colegas e usem a máscara em tempo integral.

    Para garantir que a volta às aulas aconteça com segurança, o primeiro ponto a ser considerado é a taxa de contágio. Para os infectologistas, a retomada só deveria acontecer quando esse número estiver abaixo de 1. Isso significa que a média de pessoas contaminadas por um infectado está abaixo de uma, o que indica uma redução no ritmo da epidemia.

    A média móvel desta quinta-feira, 30, é de 46.089,6 casos. Por outro lado, os novos óbitos continuam em um platô – alto, mas estável -, com média móvel de 1025,9. Vale lembrar que em um país com dimensões continentais como o Brasil, as decisões sobre a pandemia devem ser feitas regionalmente. Dessa forma, a taxa de transmissão a ser avaliada deve ser a local e não a do país. Além de verificar a prevalência do vírus, é preciso que as escolas tenham um protocolo bem desenhado para garantir a segurança dos alunos e dos colaboradores.

    Continua após a publicidade

    Há exemplos bons a serem seguidos. Na maioria dos países europeus que reabriram as escolas as regras foram semelhantes: cadeiras e mesas foram colocadas a uma distância variando entre 1,5 e 2 metros e os gestos de proteção contra o coronavírus foram repetidos aos alunos. Os estabelecimentos escolares  desinfetados e as salas limitadas de dez a 15 alunos, para respeitar as regras de distanciação social. A seguir, as orientações de infectologistas e imunologistas de comportamento ideal. 

    LEIA TAMBÉM: Como diminuir o perigo de transmissão da Covid-19 ao sair do isolamento

    Testes e máscaras

    Independentemente se isso é possível ou não, manter o uso constante de máscara. Elas devem ser trocadas no mínimo a cada quatro horas ou depois do recreio, por exemplo. O ideal é levar seu próprio álcool gel e manter as mãos limpas sempre. Frente a um caso de infeção dentro do ambiente escolar ou na família dos envolvidos, os médicos afirmam que é preciso testar todo mundo e fazer o rastreamento dos contatos dessa pessoa. Alunos ou funcionários que apresentarem síndrome gripal ou que morem na mesma residência que alguém que apresentou sintomas de síndrome gripal não devem ir para a escola por pelo menos dez dias.

    Bolhas

    Uma estratégia eficiente é dividir as crianças em ‘bolhas’. Ou seja, grupos, para garantir que elas se relacionem sempre com os mesmos colegas. Diminui-se assim o risco de propagação da doença caso alguém fique doente e facilita o rastreamento desses contatos. Deve haver limitação do número de estudantes nas salas de aula, respeitando a distância mínima entre cada um. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o distanciamento físico até um pouco menor do seguido na Europa, de pelo menos 1 metro em sala de aula.

    Continua após a publicidade

    Cantinas desativadas

    Essa distância mínima vale também para ambientes fora da sala de aula, como o pátio ou o refeitório. Bebedouros e cantinas devem permanecer desativados. As crianças devem levar suas próprias garrafas de água, lanche e utensílios de uso pessoal. Para escolas que oferecem refeições, a solução pode ser implementar medidas de segurança adotadas por escolas chinesas: refeitório em ambiente ventilado e barreira de acrílico entre os estudantes.

    Espaços arejados

    Todos os ambientes devem ser bem arejados e é preciso orientar as crianças a não conversarem entre si enquanto estão comendo. “O ideal é que elas só voltem a conversar quando recolocarem a máscara”, diz o infectologista. Também é recomendado limitar a mistura de classes ou faixas etárias nos ambientes. Optar por aulas e atividades ao ar livre é uma opção a ser considerada, pois o risco de contaminação é menor.

    Em documento recente, a Sociedade Brasileira de Pediatria faz as seguintes recomendações sobre a volta as aulas:  evitar aglomerações, na entrada, saída de alunos ou intervalos, criando horários alternativos para as turmas; suspender jogos, competições, festas, reuniões, comemorações e atividades que envolvam coletividade e estimular o ensino à distância, sempre que possível.

    Continua após a publicidade

    Rodízio

    Algumas escolas propõem um esquema de rodízio, com aulas dia sim, dia não. Para Scarpellini, essa não é uma boa solução. “O sistema de rodízio pode funcionar, mas teria que ser em um esquema de uma semana de aula, seguida de uma semana sem. Pois daria tempo de sintomas aparecerem nesses nove dias de intervalo antes da volta à escola. Mas o período ideal seria de 15 dias de aula seguidos de 15 dias em casa. Se as crianças estiverem divididas em bolhas – compostas por alunos da mesma sala de aula, por exemplo -, essas bolhas podem intercalar esses períodos. Enquanto um grupo está escola outro está em casa e assim por diante”, recomenda. Para evitar aglomerações, os alunos não devem trocar de sala e sim, os professores.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.