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Com dengue em alta, Fiocruz dobra produção de testes para diagnóstico

Aumento dos exames produzidos foi pedido do Ministério da Saúde; zika e chikungunya também podem ser diagnosticadas

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h24 - Publicado em 8 fev 2024, 17h45

Diante do surto de dengue em curso no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta quinta-feira, 8, que vai dobrar a produção dos testes moleculares para o diagnóstico da doença que serão entregues ao Ministério da Saúde. Um lote emergencial com 300 mil unidades será entregue nos primeiros meses. Até o fim de 2024, haverá o repasse total de 600 mil testes RT-PCR capazes de detectar a infecção e identificar o sorotipo em circulação (1, 2, 3 e 4). O exame também diagnostica zika e chikungunya, outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Segundo a Fiocruz, as primeiras unidades devem ser entregues nas próximas semanas. “Esta iniciativa visa a fortalecer o diagnóstico preciso e ágil, permitindo uma resposta eficaz diante das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Estamos empenhados em contribuir com a saúde pública nacional e continuaremos trabalhando incansavelmente para contribuir para a saúde nossa população”, disse, em nota, Mario Moreira, presidente da instituição.

Estados e municípios brasileiros estão enfrentando um surto de dengue desde o começo do ano e, até o momento, Acre, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás e a cidade do Rio de Janeiro decretaram situação de emergência. Segundo painel de monitoramento do Ministério da Saúde, apenas neste ano foram contabilizados 395.103 casos e 53 mortes pela doença no Brasil.

Nesta sexta-feira, 9, o Distrito Federal vai iniciar a vacinação da população de 10 a 14 anos, a mais afetada por casos que levam a hospitalizações. O governo local contabiliza mais de 46 mil casos e implementou tendas para hidratação dos pacientes e foi inaugurado um hospital de campanha da Força Aérea Brasileira (FAB) com 60 leitos.

Vacina contra a dengue

Em outubro, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, caso do Brasil. Por aqui, o imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) meses antes, em março.

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O Ministério da Saúde anunciou que vai seguir a recomendação da entidade e ofertar o imunizante para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir a vacina no sistema público de saúde. A previsão é de que a vacinação tenha início neste mês em 521 municípios na faixa de 10 a 14 anos, a mais afetada pela doença.

No mês passado, o país recebeu cerca de 750.000 doses, parte da primeira remessa com 1,32 milhão de doses adquiridas pelo governo brasileiro. Também está prevista a entrega de 568.000 doses ainda neste mês. Neste ano, está prevista a chegada escalonada de mais 5,2 milhões de doses. Para 2025, foram adquiridas 9 milhões de doses.

Crescimento da dengue

Desde 2022, a dengue voltou a crescer no país e, no ano passado, foram registrados 1.658.816 casos e 1.904 mortes. Com a intensificação das notificações já em janeiro deste ano, planos de contingência, tendas e até um hospital de campanha fazem parte das medidas adotadas nas regiões mais afetadas, como a cidade do Rio de Janeiro, que declarou emergência na segunda-feira 5, e o Distrito Federal.

A doença tem colocado o mundo em alerta por estar se alastrando em novas e antigas regiões com a ajuda das mudanças climáticas, que criam condições propícias para a reprodução e proliferação dos mosquitos. Desde o ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o tom ao se debruçar sobre dados e constatar que, em 2022, as taxas de infecção aumentaram oito vezes em relação ao ano 2000.

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