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Com dengue em alta, farmacêutica limita vacina na rede privada

Takeda garantiu oferta de segunda dose para quem já foi imunizado; São Paulo anuncia repasse de R$ 200 milhões para municípios

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 fev 2024, 12h46 - Publicado em 6 fev 2024, 12h30

Em meio ao aumento de casos de dengue no país, a farmacêutica Takeda informou que vai limitar o fornecimento da vacina contra a dengue (Qdenga) na rede privada, dando prioridade à oferta da segunda dose aos já imunizados, e focar na entrega Programa Nacional de Imunizações (PNI), tendo em vista que a vacina será oferecida na rede pública. A farmacêutica disse ainda que não vai mais firmar contratos com estados e municípios. Desde o começo do ano, o Brasil registrou 345.235 casos da doença e 36 mortes.

“Essa decisão tem como objetivo apoiar o Ministério da Saúde no seu propósito de promover o acesso da vacina contra a dengue de forma integral e gratuita para a população brasileira”, disse, em nota. Contratos firmados com municípios brasileiros antes da incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) serão cumpridos.

“Em paralelo, estamos buscando todas as soluções possíveis para aumentar o número de doses disponíveis no país e não mediremos esforços para isso”, acrescentou.Isso inclui, segundo a empresa, tratativas para firmar parcerias com laboratórios públicos nacionais, o que aceleraria a capacidade de produção do imunizante.

A decisão foi vista com preocupação pela Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVac), que tem acompanhado o aumento das buscas pelo imunizante contra a dengue. Em outubro do ano passado, o incremento foi de 106,67% em relação a setembro. Neste mês, o crescimento foi de 110,75% em relação a dezembro de 2023. Algumas clínicas relataram, inclusive, desabastecimento em algumas regiões.

“A ABCVac compreende e logicamente apoia as ações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), mas também ressaltamos o papel fundamental do setor privado complementando o setor público”, afirmou, em nota, Fabiana Funk, presidente do Conselho da associação.  “Expressamos nossa preocupação diante da possível falta da vacina nas clínicas particulares e especialmente em relação às faixas etárias não cobertas pelo setor público”.

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Crescimento da dengue

Desde 2022, a dengue voltou a crescer no país e, no ano passado, foram registrados 1.658.816 casos e 1.904 mortes. Com a intensificação das notificações já em janeiro desde ano, planos de contingência, tendas e até um hospital de campanha fazem parte das medidas adotadas nas regiões mais afetadas, como a cidade do Rio de Janeiro, que declarou emergência nesta segunda-feira, 5, e o Distrito Federal.

A doença tem colocado o mundo em alerta por estar se alastrando em novas e antigas regiões com ajuda das mudanças climáticas, que criam condições propícias para a reprodução e proliferação dos mosquitos. Desde o ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o tom ao se debruçar sobre dados e constatar que, em 2022, as taxas de infecção aumentaram oito vezes em relação ao ano 2000.

Centros de emergências

No último sábado, 3, o Ministério da Saúde anunciou o início das atividades do Centro de Operações de Emergência contra a Dengue (COE Dengue), grupo que conta com representantes de todas as secretarias do ministério e participação dos estados e municípios, cujos membros vão realizar reuniões diárias para monitorar a notificação de casos, produzir relatórios, elaborar ações de resposta e divulgar informações para a população.

Nesta terça-feira, 6, o governo de São Paulo informou que vai fazer o repasse de R$ 200 milhões aos 645 municípios para ações de combate ao Aedes aegypti, vetor da doença. Também será implementado um Centro de Operações de Emergências (COE) e um painel de monitoramento com atualização diária.

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Vacinação contra a dengue

Em outubro, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, caso do Brasil. Por aqui, o imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) meses antes, em março.

O Ministério da Saúde anunciou que vai seguir a recomendação da entidade e ofertar o imunizante para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir a vacina no sistema público de saúde. A previsão é de que a vacinação tenha início neste mês em 521 municípios com a faixa de 10 a 14 anos, a mais afetada pela doença.

No mês passado, o país recebeu cerca de 750 mil doses, parte da primeira remessa com 1,32 milhão de doses adquiridas pelo governo brasileiro. Também está prevista a entrega de 568 mil doses ainda neste mês. Neste ano, está prevista a chegada escalonada de mais 5,2 milhões de doses. Para 2025, foram adquiridas 9 milhões de doses.

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