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Cientistas criam implante cerebral que traduz pensamento em fala

Dispositivo pode ser uma via para devolver a voz aqueles que a perderam por doenças debilitantes como ELA

Por Diego Alejandro
8 nov 2023, 14h19
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  • Indivíduos com doenças neurodegenerativas frequentemente apresentam perda de comunicação, deixando-os presos em sua própria mente. A decodificação dos sinais cerebrais, que outrora movimentavam a fala, é uma maneira de dar voz a essas pessoas, mas até pouco tempo atrás, as gravações neurais captavam somente a recepção do código, já embaralhada pela complexa estrutura espaço-temporal cerebral.

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    Para resolver esta limitação, uma equipe colaborativa de neurocientistas, neurocirurgiões e engenheiros da Universidade Duke, nos Estados Unidos, desenvolveu uma prótese cerebral que pode traduzir os sinais diretos de uma pessoa no que ela está tentando dizer. Trata-se de um novo dispositivo, detalhado no periódico Nature Communications, feito com plástico flexível de uso médico do tamanho de um selo postal, acoplado com impressionantes 256 sensores cerebrais microscópicos.

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    “Há muitos pacientes que sofrem de distúrbios motores debilitantes, como ELA (esclerose lateral amiotrófica) ou síndrome de encarceramento, que podem prejudicar a sua capacidade de falar”, disse Gregory Cogan, professor de neurologia na Faculdade de Medicina da Universidade Duke e principal autor do trabalho. “Mas as ferramentas atuais disponíveis para permitir a comunicação são geralmente muito lentas e complicadas”, completou.  

    Teste do Dispositivo

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    Neurônios separados por apenas um grão de areia podem ter padrões de atividade totalmente diferentes ao coordenar a fala. Por isso, é necessário distinguir sinais de células cerebrais vizinhas para ajudar a fazer previsões precisas sobre a fala pretendida.

    O experimento exigiu que os pesquisadores colocassem o dispositivo temporariamente em quatro pacientes que estavam sendo submetidos a uma cirurgia cerebral devido a alguma outra condição, como o tratamento da doença de Parkinson ou a remoção de um tumor.

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    A tarefa era uma atividade simples de ouvir e repetir. Os participantes escutavam uma série de palavras sem sentido, como “ava”, “kug” ou “vip”, e depois falavam cada uma delas em voz alta. O dispositivo registrou a atividade do córtex, motor da fala de cada paciente, coordenando quase 100 músculos que movem os lábios, a língua, a mandíbula e a laringe.

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    Depois, os cientistas alimentaram esses dados neurais gravados em um algoritmo de machine learning para verificar a precisão que ele poderia prever e qual som estava sendo produzido, com base apenas nas gravações da atividade cerebral.

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    Para alguns sons e participantes, como o “g” na palavra “gak”, o decodificador acertou 84% das vezes. A precisão caiu, porém, à medida que o decodificador analisava os sons no meio ou no final de uma palavra sem sentido. Também foi difícil identificar dois sons semelhantes, como “p” e “b”. No geral, o decodificador foi preciso em 40% das vezes.

    O algoritmo de decodificação de fala, entretanto, funcionou com apenas 90 segundos de dados falados do teste de 15 minutos. “Embora o trabalho seja encorajador, ainda há um longo caminho a percorrer para que a prótese de fala chegue às prateleiras”, disseram os pesquisadores. Mas já é uma esperança! 

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