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Casos de câncer de próstata devem dobrar em 2040, diz grupo da Lancet

Comissão estima ainda aumento de 85% nas mortes pela doença em relação a 2020; programas de detecção precoce em pessoas de alto risco são recomendados

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 abr 2024, 15h18

Um novo levantamento da comissão científica do periódico The Lancet sobre o câncer de próstata apontou que o número de casos anuais da doença deve dobrar em 2040 em relação aos episódios notificados em 2020, saltando de 1,4 milhões para 2,9 milhões. A projeção indica ainda que as mortes por ano podem aumentar 85% no período, um indicativo de que os programas de rastreio para evitar diagnósticos em fase tardia precisam ser intensificados.

O crescimento de casos de tumores de próstata é algo conhecidamente ligado ao envelhecimento da população, um fator de risco, e ao aumento da expectativa de vida. Fora isso, hábitos prejudiciais como tabagismo, obesidade, sedentarismo e má alimentação também contribui para a proliferação das células cancerígenas.

A análise dos especialistas da Comissão Lancet prevê que as notificações anuais de mortes por câncer de próstata vão sair dos 375 mil registros em 2020 para cerca de 700 mil em 2040, mas alerta que os números podem ser maiores, tendo em vista a subnotificação da doença. A preocupação do grupo diz respeito principalmente aos dados de países de baixa e média renda, onde devem se concentrar a maior parte tanto dos novos episódios quanto dos óbitos.

Isso se dá pela disparidade das ofertas de diagnóstico em nações com vulnerabilidade econômica, o que leva à detecção das lesões em estágios mais avançados, o que se traduz em dificuldades no tratamento e índices mais elevados de mortes. Os pesquisadores afirmam, no estudo, que a maioria dos países de alta renda têm registrado queda nas mortes pela doença desde a década de 1990.

“Como mais e mais homens em todo o mundo vivem até a meia-idade e a velhice, haverá um aumento inevitável no número de casos de câncer de próstata. Por isso, precisamos de começar a planejar e agir agora”, afirma o autor principal da Comissão, Nick James, professor de Pesquisa do Câncer de Próstata e Bexiga do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres.

Rastreio do câncer

Para rastrear a doença, a recomendação da Comissão Lancet é de que haja foco em programas de detecção precoce por meio de exames de ressonância magnética em combinação com os testes de PSA — o exame de sangue que mede os níveis de antígeno específico da próstata — para homens com risco elevado de manifestar as lesões, como aqueles têm casos na família, os de origem africana e aqueles que têm a mutação BRCA2.

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“Os casos vão continuar crescendo, mas a mortalidade não deveria aumentar, porque o tratamento está tendo avanços”, explica o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer. “Em países como o Brasil, o homem, principalmente na rede pública, não faz acompanhamento preventivamente para a próstata nem para nada. Então, a doença chega para o médico muito avançada e já com poucas ferramentas de controle.”

Câncer de próstata

Segundo o grupo da revista científica, o câncer de próstata corresponde a 15% de todos os tumores que atingem a população masculina e é o tipo mais comum de lesão cancerígena que afeta os homens em mais da metade dos países do mundo.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é a segunda causa de óbito por câncer entre os homens e são estimados 71.730 novos casos da doença por ano no triênio 2023-2025.

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