Muitas pessoas escolhem o veganismo ou vegetarianismo não apenas como uma forma de manter uma dieta mais saudável, mas também como um ato de proteção ao planeta. No entanto, pesquisadores indicam que tirar a carne da alimentação diária não é tão ecológico quanto muita gente pensa. Isso porque os animais criados para a alimentação ajudam a aumentar a biodiversidade. Sem eles, portanto, a natureza também poderia ser prejudicada.
Eles ainda ressaltaram que a carne é crucial para alimentar a população mundial, especialmente porque contém nutrientes importantes, como a proteína, que trazem benefícios para a saúde física e mental.
“A carne tem enormes vantagens sociais. É uma fonte importante de proteína, energia, micronutrientes altamente biodisponíveis e até pequenas quantidades de alimentos de origem animal têm um efeito realmente importante no desenvolvimento cognitivo e físico de crianças e adultos”, comentou Geoff Simm, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, a The Telegraph.
Mudanças no mercado pecuário
Os cientistas disseram também que muitos produtores estão se sentindo hostilizados pela “demonização” da carne como solução para o uso da terra. De acordo com eles, embora essa preocupação seja válida, estudos mostram que reduzir a produção pecuária pouco interfere nessa questão.
Além disso, eles destacam que muitos produtores estão buscando soluções para diminuir as emissões de metano para ajudar o meio ambiente. Uma dessas alternativas sustentáveis é a criação de animais que crescem mais rápido e comem menos. Mike Coffey, da Faculdade Rural da Escócia, destacou que a diferença de emissão de metano entre o gado considerado “melhor” e “pior” é de cerca de 30%, portanto, se todos os produtores se empenharem em criar um gado mais eficiente, as emissões poderiam cair em um terço.
Outro projeto em desenvolvimento envolve a rotulagem do produto para que o consumidor possa saber o quão poluente é a carne que está consumindo. Aqueles realmente preocupados com o meio ambiente optariam pela carne mais ecológica, o que estimularia a adaptação do mercado.
Já Andrea Wilson, da Universidade de Edimburgo, acrescentou que pouco se sabe a respeito do real impacto do veganismo no meio ambiente, o que faz necessário a realização de estudos para confirmar se o método realmente poderia ser uma alternativa mais ecológica. “Sabemos muito sobre o setor pecuário porque as pessoas analisaram [essa questão]. Mas sabemos muito pouco sobre o setor vegano. E o perigo disso é que acabamos por demonizar um e pular para o outro rápido demais”, concluiu.