Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Brasileiros descobrem 6 novas mutações para câncer de mama e ovário

As alterações genéticas foram descobertas a partir de um estudo feito na população do país e podem ajudar a diagnosticar pessoas com maior risco da doença

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 out 2019, 19h07 - Publicado em 7 out 2019, 18h33
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Pesquisadores brasileiros descobriram seis novas mutações nos genes BRCA 1 e 2 em mulheres do país. As alterações indicam risco aumentado de câncer de mama e ovário para suas portadoras. O estudo, realizado pelo laboratório de genômica da Dasa, empresa especializada em medicina diagnóstica, foi apresentado no encontro anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO, na sigla em inglês), realizado entre os dias 27 de setembro e 1º de outubro, em Barcelona, na Espanha.

    Publicidade

    Os cientistas analisaram dados de 1.284 pacientes diagnosticadas ou com histórico familiar de câncer de mama ou ovário em busca de mutações nos genes BRCA 1 e 2. Os resultados mostraram seis variantes genéticas que não haviam sido associadas a um aumento no risco da doença até então.

    Publicidade

    “Essas variantes ainda não estavam em bancos de dados genômicos de referência pública. A descoberta permite diagnósticos e tratamentos cada vez mais assertivos e individualizados, com mais chances de cura para os pacientes”, explica Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.

    Na prática, isso significa que até o momento, pessoas que apresentavam essas mutações não eram consideradas com um risco aumentado de câncer. A partir de agora, todos os pacientes testados serão avaliados para essas novas mutações e, se o resultado for positivo, saberão que têm maior probabilidade de desenvolver a doença.

    Publicidade

    “Essas mutações não haviam sido descobertas em estudos feitos com populações mais homogêneas e foram aparecer em maior prevalência na população brasileira, que é altamente heterogênea e miscigenada. Estudos assim são importantes para descobrir mutações específicas na nossa população, mas que também podem beneficiar pessoas de outros lugares do mundo, uma vez que esses dados estarão disponíveis no banco de dados genômicos de referência pública, que pode ser acessado em qualquer lugar”, explica Campana.

    Continua após a publicidade

    As mutações detectadas pela equipe brasileira foram associadas a uma vasta gama de etnias: Europa Ocidental e Central, judeus da América Latina, África, Ásia, Oriente Médio e ashkenazi, confirmando a mistura da população brasileira. “Apresentar esses resultados no ESMO 2019 mostra que o mapeamento da genética do brasileiro é altamente relevante para a comunidade científica global”, afirma Maria Fernanda Milanezi, pesquisadora do Centro de Diagnóstico em Genômica da Dasa.

    Publicidade

    Cerca de 8% a 10% dos casos de câncer de mama são hereditários, principalmente em pessoas com histórico familiar da forma precoce da doença. Nos homens, as mutações genéticas são responsáveis pela maioria dos casos de câncer de mama. Embora vários genes estejam associados ao aumento do risco da doença, o BRCA 1 e BRCA 2 são os principais.

    Sequenciamento genético

    O sequenciamento genético tem como objetivo identificar a probabilidade de desenvolvimento de uma doença em pessoas que carregam determinadas mutações genéticas. No caso dos genes BRCA 1 e BRCA 2, a análise pode indicar um risco aumentado de câncer de mama e tumor. O exame se popularizou em 2013 depois que a atriz Angelina Jolie anunciou que era portadora dos genes e decidiu remover os seios e os ovários para prevenir o risco de desenvolvimento da doença que causou a morte de sua mãe, sua avó e uma de suas tias.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    No Brasil a análise desses genes é indicada e coberta por assistências médicas nas seguintes situações: quando há dois ou mais casos de câncer de mama e/ou ovário na família, especialmente em idade precoce (pré-menopausa) ou em parentes próximos (familiares de 1º ou 2º grau), existência de tumor nas duas mamas ou evidência de transmissão vertical (quando mais de uma geração é afetada, especialmente em se tratando de diagnóstico em pares mãe-filha) e em homens. Aqui você encontra a lista completa dos requisitos exigidos pela Agência Nacional de Saúde para cobertura.

    Para pacientes com resultado de BRCA1 e BRCA2 anormal, a conduta mais usualmente tomada é o acompanhamento constante, que consiste basicamente de exame clínico e mamografia anuais a partir dos 25-35 anos de idade. A presença destas mutações também aumentam a probabilidade de câncer de ovário, próstata e intestino grosso. Vale ressaltar que resultados normais não significam que a paciente não virá a desenvolver câncer de mama, já que existe a possibilidade do paciente desenvolver câncer de mama devido a outros fatores.

    Publicidade

    Novas tecnologias na detecção do câncer de mama

    Além da genética, outras novas tecnologias, como a inteligência artificial e a biópsia líquida, estão deixando os diagnósticos e prognósticos mais assertivos e menos invasivos.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.