Os casos diários de Covid-19 nos Estados Unidos voltaram a alcançar a média de 100 mil na quinta-feira 5. Por conta desse aumento, o dobro relacionado à última semana, o presidente americano, Joe Biden, voltou a culpar as pessoas que ainda não se vacinaram pelo aumento de infecções pelo coronavírus, nesta sexta-feira 6. “Os casos vão aumentar antes de voltarem a cair. Esta é uma pandemia de não vacinados”, disse o presidente norte-americano, em entrevista na Casa Branca. Enquanto vários estados adotam medidas mais restritivas, a variante Delta, mais contagiosa, avança no país. Os novos casos tiveram um aumento de mais de 100% nos últimos 14 dias, passando de uma média de 50.150, em 23 de julho, para 100.199.
As mortes e internações também aumentaram, em ritmo menor que os casos, mas a situação já coloca a retomada das aulas e do trabalho presencial em risco. A atual média diária de mortes é de 439, 74% a mais do que há duas semanas. A de internações é de 52.636, com um crescimento de 82% maior do que há 14 dias, sendo a maioria na Flórida, Texas, Missouri, Arkansas, Louisiana, Alabama e Mississippi, estados que também respondem por metade dos novos casos registrados. “A pandemia cobra um preço desnecessário ao país”, disse Biden.
Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 35 milhões de casos e mais de 615 mil mortes. Mas, apesar das campanhas da Casa Branca para a adesão às vacinas, a imunização continua a passos lentos. Segundo Cyrus Shahpar, encarregado de rastrear dados sobre o vírus para a Casa Branca, metade da população está completamente vacinada, mas a média de sete dias de pessoas recém-vacinadas aumentou 11% em relação à semana passada e 44% nas últimas duas semanas.
No começo da semana, a cidade de Nova York anunciou que exigirá um certificado de vacinação para as pessoas frequentarem restaurantes, academias e teatros. Em Nova Jersey, as hospitalizações aumentaram 92% nas últimas quatro semanas. Já na Flórida, mesmo com hospitais lotados, o governador republicano Ron DeSantis emitiu na última semana uma ordem executiva bloqueando o uso de máscaras nas escolas estaduais, contrariando a recomendação do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), que voltou atrás do anúncio feito em maio, e voltou a indicar o uso de máscaras em ambientes fechados, inclusive para os vacinados, por conta do aumento dos casos e a alta taxa de contágio demonstrada pela variante delta