Avião que buscaria vacina na Índia leva oxigênio para Manaus
Aeronave levou 80 cilindros de oxigênio para abastecer hospitais da capital amazonense

O voô brasileiro que iria buscar as 2 milhões de doses da vacina de Oxford, na Índia, foi cancelado e redirecionado para combater a situação caótica no sistema de saúde do Amazonas. A aeronave que estava no Aeroporto do Recife chegou na manhã deste sábado, 16, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) e partiu nesta tarde rumo a Manaus, levando 80 cilindros de oxigênio para os hospitais da capital amazonense.
A aeronave A330neo, da Azul Linhas Aéreas, decolou às 3h58 de Recife e pousou às 06h43 em Campinas. Em seguida, decolou novamente por volta das 14h e chegou na capital amazonense por volta das 18h. Em nota, a Azul informou que o pedido para redirecionar o voo que iria até a Índia para o Amazonas foi feito pelo Ministério da Saúde. “O voo será feito pela mesma aeronave que partiria hoje para Mumbai, na Índia, uma vez que a missão terá seu início reprogramado enquanto às questões diplomáticas entre os dois países são resolvidas e as doses da vacina Astrazeneca/Oxford possam ser trazidas ao Brasil”, informou a Azul.
“Nossa intenção é ajudar o Brasil e os brasileiros e não mediremos esforços para oferecer apoio logístico no transporte de matérias para o combate à Covid-19. Estamos prontos para voar à Índia e também para transportar o que for necessário dentro do Brasil”, completou a empresa. A quantidade de cilindros que será enviada não foi divulgada.
Também na madrugada deste sábado, Manaus recebeu uma carga de 70.000 metros cúbicos de oxigênio, vinda por meio de balsas da cidade de Belém. O Governo do Amazonas informou que a nova remessa deve garantir a “retomada do do equilíbrio do abastecimento da rede de saúde do estado para os próximos dias”.
O aumento de internações neste início de 2021 levou à rede hospitalar de Manaus ao colapso, com unidades superlotadas e pacientes morrendo asfixiados. A demanda diária por oxigênio chegou a ser quase três vezes maior do que a quantia que os fornecedores locais conseguiam produzir. Na quinta-feira, 14, o déficit diário era de cerca de 48.000 metros cúbicos.
Impasse sobre vacina da Índia
Ainda não há informações sobre quando a importação das doses produzidas pelo Instituto Serum serão feitas. O imunizante passa por análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que seja usado emergencialmente no Brasil. O aval da agência reguladora deve ser feito no próximo domingo, 17, em reunião da entidade.
A tripulação estava preparada para realizar o translado das doses, mas a operação foi suspensa. Em entrevista à TV Bandeirantes na sexta-feira 15, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmou que a compra demoraria “dois, três dias”.
Em nota divulgada por volta das 21h a Azul esclareceu “que está pronta para buscar o lote de dois milhões de doses da vacina desenvolvida pela Astrazeneca/Oxford em Mumbai, na Índia, e que aguarda a definição diplomática entre o Brasil e o governo indiano”.