Quanto mais o coronavírus se espalha pelo planeta, mais aumenta o percentual de pessoas recuperadas em relação aos casos ativos, e mais diminui o percentual de mortos e de casos mais graves da doença. Estas estatísticas podem ser compiladas nas tabelas de sites e instituições que acompanham a evolução diária da doença no planeta, como a Johns Hopkins e o Worldometers.
Um acompanhamento diário dos levantamentos feitos por estas duas instituições desde a propagação da doença mostra que, entre o dia 2 de abril, quando o mundo registrava 1 milhão de casos de coronavírus, e 10 de agosto, quando atingiu 20 milhões de casos, houve uma inversão do número dos casos ativos, ou seja, de pessoas contaminadas que ainda não haviam se curado da doença. No dia 2 de abril os casos ativos eram 74,4% (744.000 pessoas), e no dia 10 de agosto o percentual de casos ativos tinha caído para 31,5% (6,3 milhões de pessoas). Neste período, o percentual de pessoas recuperadas, que não chegava a um terço, chegou a dois terços.
No dia 2 de abril, quando o coronavírus já tinha infectado 1 milhão de pessoas no mundo, 5% eram considerados casos mais graves (37,7 mil pessoas), percentual que veio caindo consecutivamente. No dia 10 de agosto, quando a doença já tinha infectado 20 milhões de pessoas, este percentual de casos mais graves já tinha caído para 1% (64,8 mil pessoas). Em números absolutos, é quase o dobro, mas o percentual é cinco vezes menor.
A estatística que mais chama a atenção, no entanto, é o percentual de mortos entre os casos encerrados (closed cases), onde se incluem recuperados e mortos. No dia 2 de abril, o percentual de mortos entre os casos encerrados era de 19,7% (51,7 mil pessoas mortas) e neste 10 de agosto, quando o vírus atingiu 20 milhões de pessoas, o percentual de mortos entre os casos encerrados já tinha caído para 5% (734 mil pessoas mortas).
O que se vê no comportamento da doença no mundo são dois gráficos distintos. Um dos gráficos mostra o aumento exponencial diário do número de casos de contaminados pelo planeta, uma escala ascendente. O outro gráfico mostra certa estabilização no número de mortos, o chamado platô. A taxa de letalidade do coronavírus caiu também no Brasil, conforme mostrou VEJA no dia 3 de agosto. O aumento do número de testes e a melhora na capacidade de tratamento preventivo de doentes mais graves estão entre as razões para essa mudança.