O uso de uma dose baixa de aspirina (100 mg por dia) em idosos está associado a um risco 15% menor de desenvolver diabetes tipo 2. É o que aponta um novo estudo que será apresentado em outubro, na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD) em Hamburgo, na Alemanha.
Na pesquisa, foram analisados mais de 16 mil indivíduos, maiores de 65 anos, sem histórico de doenças cardiovasculares, limitações físicas incapacitantes ou doenças cognitivas como a demência. Foram divididos em dois grupos, sendo que metade tomou aspirina e a outra parte recebeu um placebo.
Em um período de acompanhamento de 4,7 anos, foram registrados 995 casos de diabetes, sendo que 459 estavam no grupo da aspirina e 536 na parte do placebo. Ou seja, o grupo que tomou o medicamento apresentou uma diminuição de 15% na incidência de diabetes.
“A pesquisa examinou o efeito do tratamento aleatório com uma dose baixa de aspirina na ocorrência de diabetes e nos níveis de glicose no plasma em jejum em adultos mais velhos”, disseram os autores do estudo liderado pela professora Sophia Zoungas, da Escola de Saúde Pública e Medicina Preventiva da Universidade Monash, em Melbourne, Austrália.
No entanto, a pesquisadora alerta que os resultados de um ensaio publicado anteriormente, em 2018, mostraram que a aspirina não prolongou uma vida saudável e foi associada a um risco significativamente aumentado de hemorragia, principalmente no trato gastrointestinal. “As principais diretrizes de prescrição agora recomendam que os idosos tomem aspirina diariamente apenas quando houver uma razão médica para fazê-lo, como após um ataque cardíaco”, completou a especialista.
Os pesquisadores sugeriram ainda a realização de mais investigações sobre essa relação, dado o “potencial de agentes anti-inflamatórios, como a aspirina, na prevenção do diabetes tipo 2 ou na melhoria dos níveis de glicose.”