Aparelhos de ultrassom em SP têm ociosidade de 40%
Problema de gestão também foi encontrado nos equipamentos de ressonância magnética, tomografia, mamografia e densitometria óssea
Quem depende da rede municipal de saúde de São Paulo tem de esperar em média de dois a três meses para fazer um exame de ultrassom, segundo dados do Tribunal de Contas do Município (TCM). No entanto, auditoria realizada pelo órgão no ano passado apontou ociosidade em quase 40% dos aparelhos da rede. O problema de gestão também foi constatado nos equipamentos de ressonância magnética, tomografia, mamografia e densitometria óssea.
A auditoria foi feita em 35 das 52 unidades da rede. No caso do ultrassom, a principal causa da ociosidade foi a falta de médicos especialistas na realização do exame. O Hospital Municipal e Maternidade Professor Mário Degni, na zona oeste, por exemplo, conta com dois aparelhos e apenas um médico para operá-los. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Campinas, zona sul, só há profissionais para operar o ultrassom às segundas e quartas-feiras.
Já a ociosidade dos equipamentos de ressonância (cujo tempo médio de espera é de 2,1 meses), tomografia (2,2 meses), densitometria (3,5 meses) e mamografia (espera não verificada) é atribuída pelo TCM a falhas na regulação das vagas por parte da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o relatório, há unidades da rede municipal que realizam um número de exames muito abaixo da média, embora os equipamentos estejam em boas condições e haja médicos para fazer os exames. O documento aponta que a secretaria desconhece os equipamentos da rede e não monitora a produção das unidades.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde diz que iniciou treinamentos e capacitações para toda a rede municipal de saúde, determinando a utilização adequada do Siga-Saúde. Em relação à falta de médicos, a pasta afirmou ser este um �problema nacional� e informou que a quantidade de profissionais aumentou 58% nos últimos seis anos.
A nota, no entanto, não faz menção a outra falha grave apontada no relatório do TCM: 40% dos 79 equipamentos verificados na auditoria não passam por manutenção preventiva. Segundo o relatório, isso diminui a vida útil do equipamento e representa �risco para os usuários, pois a realização dos exames pode sofrer interrupções�.
(Com Agência Estado)