A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade nesta terça-feira, 22, a autorização temporária de uso emergencial de duas versões bivalentes da vacina contra a Covid-19 da Pfizer como dose de reforço para a população com mais de 12 anos. A versão atualizada protege contra a cepa original do novo coronavírus e contra a variante de preocupação ômicron, atualmente dominante no mundo, sendo uma contra a sublinhagem BA.1 e outra contra as subvariantes BA.4 e BA.5.
Os pedidos foram feitos pela farmacêutica nos meses de setembro e outubro deste ano, após a liberação de uso como dose de reforço concedida pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, no fim de agosto. Para a análise da aplicação no Brasil, a Anvisa contou com a avaliação de entidades médicas como as sociedades brasileiras de Pediatria (SBP), Imunizações (SBIm), Infectologia (SBI) e Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
“Desde o início da pandemia, o vírus tem evoluído, produzindo diversas novas variantes, conforme observado em outros países do mundo e o Brasil também está vivenciando a circulação de variantes de preocupação, cujos impactos clínicos e evasão imunológica apresentam diferentes graus”, afirmou a relatora Meiruze Freitas, diretora da agência.
Para diferenciar das demais versões da vacina, como a pediátrica, o reforço bivalente terá tampa na cor cinza. A indicação da Gerência de Avaliação de Produtos Biológicos é de que a vacina seja aplicada três meses após o esquema inicial ou a última dose adicional.
A agência destacou que a vacina monovalente, que protege contra a cepa original do SARS-CoV-2, continua sendo uma opção eficaz contra casos graves e mortes por Covid-19. Para isso, é necessários que as pessoas mantenham o calendário vacinal em dia. “Os estudos indicam que as doses de reforço de vacinas monovalentes restauraram uma proteção contra desfechos graves associados à ômicron”, informou, em nota.
Vacina contra a ômicron
No fim da semana passada, as farmacêuticas anunciaram que a versão atualizada de seu imunizante gerou uma resposta imunológica mais robusta contra a sublinhagem da ômicron, a BQ.1.1, quando comparada com a versão original. A subvariante conhecida como Cérbero tem sido associada ao aumento de casos de Covid-19 em diversos países, como Itália, Estados Unidos e Brasil.
Os níveis de anticorpos contra a variante aumentaram quase nove vezes em adultos com 55 anos ou mais, que receberam a vacina contra ômicron. Em voluntários da mesma faixa etária que receberam a versão original do imunizante, o aumento da produção de anticorpos foi de, aproximadamente, duas vezes.