Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Alerta: adolescente fica cego ao exagerar no consumo de batata frita

O garoto britânico foi diagnosticado com neuropatia óptica. A dieta era baseada em chips e batata frita convencional

Por Redação
Atualizado em 3 set 2019, 16h23 - Publicado em 3 set 2019, 15h49
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Médicos e nutricionistas estão constantemente alertando para os perigos do consumo excessivo de fast food devido aos riscos de saúde relacionados à obesidade, colesterol e doenças cardiovasculares. Agora, um novo caso mostra que os perigos de uma alimentação com baixos níveis nutricionais são ainda mais preocupantes: um jovem britânico de 17 anos ficou cego depois de passar quase 10 anos sem ingerir frutas e vegetais. As refeições do rapaz, que não teve o nome revelado, eram baseadas em chips de batata, batata frita convencional e pão branco – às vezes, ele comia fatias de presunto ou salsicha.

    Publicidade

    De acordo com a equipe do Bristol Eye Hospital, no Reino Unido, que atende o caso do jovem, a alimentação inadequada levou-o a desenvolver neuropatia óptica nutricional, condição geralmente provocada pela falta de vitamina B12. A deficiência nutricional já havia sido detectada quando ele tinha 14 anos e foi levado ao médico pela primeira vez devido às constantes reclamações de cansaço. Os exames indicaram anemia com baixos níveis da vitamina. Diante dos resultados, o médico prescreveu injeções de vitamina B12 e aconselhou o adolescente a melhorar a dieta. 

    Publicidade

    O relatório do caso, publicado no periódico Annals of Internal Medicine, indica que mesmo com a suplementação, a situação do rapaz continuou a piorar porque ele não conseguiu melhorar a alimentação. De acordo com os pais do garoto, desde criança ele tinha o paladar muito exigente e não aceitava comer uma série de alimentos. “Ele explicava [esse comportamento] como uma aversão a certas texturas de comida que ele não conseguia tolerar, e, portanto, as batatas fritas e chips eram realmente os únicos tipos de alimento de que ele tinha vontade e achava que podia comer”, explicou Denize Atan, médica que cuidou do jovem, à BBC.

    Perda da visão

    No ano seguinte, aos 15 anos, ele começou a apresentar perda auditiva e problemas com a visão. Os médicos que o avaliaram não foram capazes de encontrar uma causa para o problema. Dois anos depois, aos 17 anos, ele perdeu a visão central. Outro especialista realizou testes que apontaram para a causa: má nutrição.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    As refeições calórias permitiram ao jovem manter-se dentro do peso adequado, mas ele apresentava níveis perigosamente baixo de inúmeros micronutrientes essenciais, como vitamina B12, vitamina D, cobre, selênio. Descobriu-se também que sua densidade mineral óssea (DMO) estava muito abaixo do ideal, isso o coloca em risco de desenvolver osteoporose e o torna mais vulnerável a fraturas. Segundo os médicos, a causa do problema ósseo provavelmente está relacionada à baixa quantidade de vitamina D no organismo – nutriente que ajuda a fixar o cálcio nos ossos. 

    “Concluímos que a dieta de fast food e a ingestão limitada de vitaminas e minerais resultaram no aparecimento da doença. É uma complicação rara, mas grave, de vários tipos de deficiência nutricional”, disse Denize, ao The ConversationA neuropatia óptica é tratável quando diagnosticada precocemente, mas se o diagnóstico demora, o dano se torna permanente já que as fibras nervosas do nervo óptico morrem. O jovem britânico iniciou o tratamento, mas não foi possível reverter os danos.

    Publicidade

    Dois anos após o diagnóstico, o rapaz tem pontos cegos na visão, o que o impede de ler, ver televisão e distinguir rostos. Ele é capaz de se locomover por conta própria, pois manteve a visão periférica, mas precisou abandonar a faculdade já que não tem condições de acompanhar as aulas.

    Alimentação

    Algumas das deficiências nutricionais que podem causar a neuropatia óptica incluem falta de vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B6, B9 e B12), ferro, cálcio, magnésio e cobre. Além das dietas baseadas em fast food, como pizza e hambúrguer, por exemplo, outras formas de alimentação podem provocar deficiência nutricional, incluindo veganismo e vegetarianismo. A origem das deficiências também podem estar associadas a problemas de saúde que levam a má absorção de nutrientes e o consumo de álcool, cigarro e drogas.

    Publicidade

    Por causa disso, especialistas alertam para a necessidade de ficar atento à alimentação e à ingestão de nutrientes essenciais para o funcionamento do corpo. É importante adequar a dieta para reduzir o consumo de alimentos com baixo teor nutricional e aumentar o consumo de frutas e verduras. Para quem se abstém de algum alimento de origem animal, a recomendação é adicionar suplementos alimentares que ajudem a substituir nutrientes que só podem ser encontrados em produtos de origem animal.

    Paladar seletivo

    O caso do jovem britânico se assemelha ao de inúmeras crianças que se recusam a comer este ou aquele alimento. Apesar disso, os médicos indicam que não há necessidade de entrar em pânico e tentar introduzir vagarosamente um ou dois alimentos novos a cada refeição. Se a criança não se acostumar a eles, então, é recomendado procurar ajuda especializada, pois o paladar seletivo pode estar associado a diversas condições de saúde, como autismo, alergias e distúrbios alimentares.

    Publicidade

    Além disso, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) alerta que os pequenos tendem a copiar comportamentos, portanto, para ter um filho que coma adequadamente, o exemplo deve vir dos pais.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.