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Adoçantes não ajudam na perda de peso – e podem engordar

Segundo as pesquisas, o uso frequente de adoçantes artificiais pode estar associado a um maior risco de obesidade, diabetes e doenças cardíacas

Por Da Redação
Atualizado em 18 jul 2017, 12h23 - Publicado em 18 jul 2017, 12h23

Açúcar ou adoçante? Se você prefere a segunda opção, talvez seja melhor repensar a sua escolha. De acordo com um relatório, publicado recentemente no periódico científico Canadian Medical Association Journal, os adoçantes artificiais compostos por sucralose, aspartame e glicosídeo de esteviol (Stevia), ao contrário do que se pensa, não ajudam na perda de peso e, pior ainda, podem aumentar a probabilidade de desenvolver diabetes, pressão alta, doenças cardíacas e obesidade.

 

Os estudos

Para estudar os efeitos das substâncias adoçantes, pesquisadores da Universidade de Manitoba, no Canadá, analisaram 37 estudos já realizados, que contaram com a participação de mais de 400.000 pessoas em um período de dez anos. Sete deles foram ensaios clínicos randomizados, um tipo de estudo considerado de referência em pesquisas científicas, que acompanharam como pessoas acima do peso reagiam a dietas que utilizavam adoçantes como alternativa ao açúcar. Ao longo de seis meses, alguns participantes emagreceram, mas os outros não tiveram perdas significativas.

Os outros estudos foram apenas observacionais, mas mostraram que as pessoas que consumiam adoçantes regularmente  bebendo uma ou mais bebidas açucaradas artificialmente por dia – tinham riscos maiores de ter problemas de saúde por conta de ganho de peso, obesidade, diabetes, doenças cardíacas, pressão alta e outras enfermidades.

Efeito contrário

Substituir o açúcar para perder peso não é a única solução. “Há uma suposição de que, quando há zero calorias, não existem danos”, disse Meghan Azad, principal autora da pesquisa, ao site da revista americana Time. “No entanto, há mais do que as calorias sozinhas.”

Adoçantes artificiais são aditivos alimentares sintéticos que imitam o sabor doce do açúcar contendo menos ou zero calorias. Muitos produtos que os contêm são rotulados como “diet” ou “zero” e alegam serem benéficos na perda de peso, o que é contestado pela nova análise.

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Apesar dos resultados, os pesquisadores não sabem dizer como e porquê os adoçantes artificiais poderia causar esses efeitos negativos e ressaltam que outros fatores, como o consumo de alimentos processados, que geralmente têm adoçantes artificiais na composição, podem ser responsáveis pelos resultados.

Mas, uma possibilidade levantada por alguns cientistas para explicar a associação entre adoçantes e problemas de saúde à forma como eles afetam a microbiota intestinal, o conjunto de bactérias que mantém a saúde do intestino e ajuda na absorção de nutrientes. Consumir alimentos e bebidas que contenham essas substâncias adoçantes com frequência, segundo outros estudos, pode estimular o apetite e fazer com que as pessoas queiram comer cada vez mais. Além disso, por acreditarem que estão reduzindo a quantidade calorias, as pessoas tendem a extrapolar na alimentação.

Calorias

Apesar da polêmica em relação à eficácia dos adoçantes, o Conselho de Controle Calórico, organização americana que representa a indústria de alimentos e bebidas de baixa caloria, diz que a maior parte das pesquisas não confirma as novas descobertas.

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“Os adoçantes são uma ferramenta para ajudar a fornecer sabor doce sem calorias”, disse Robert Rankin, presidente da organização. Além disso, durante a perda de peso é preciso considerar outros aspectos do estilo de vida. “As estratégias individualizadas são críticas nesse processo e devem abordar não só preferências alimentares, mas também atividades físicas e considerações médicas para ajudar cada pessoa a alcançar seus objetivos”, explicou.

Sem exagero

Ainda assim, para os pesquisadores, o consumo de adoçantes precisa ser reduzido. “O cuidado precisa ser garantido até que os efeitos a longo prazo dos edulcorantes artificiais sejam completamente compreendidos. Dado o uso generalizado e crescente dos adoçantes e a atual epidemia de obesidade e doenças relacionadas, são necessárias mais pesquisas para determinar os riscos e benefícios desses produtos.”, disse Meghan.

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