- Monteiro Lobato (1882-1948)
Em Caçadas de Pedrinho (1933), termos como “macaca de carvão” e “carne preta” são usados para descrever Tia Nastácia, negra que trabalha no Sítio do Picapau Amarelo. As passagens, interpretadas como racistas nos últimos anos, deram ares controversos ao mais popular autor de literatura infantil do Brasil. Como se completaram setenta anos da morte do escritor paulista em 2018, sua obra agora está em domínio público — pode ser editada sem autorização ou pagamento a herdeiros. As editoras também poderão republicar os livros suprimindo trechos indesejados. Pelo bem da literatura, espera-se que não façam isso.
- Antonin Artaud (1896-1948)
O francês foi um expoente do surrealismo, vanguarda que valorizava o inconsciente e a loucura — e, no caso dele, não era pose: Artaud esteve internado em hospitais psiquiátricos. Propôs a ideia de um “Teatro da Crueldade”, que, no Brasil, exerceria influência sobre José Celso Martinez Corrêa e seu Teatro Oficina.
- Zelda Fitzgerald (1900-1948)
“A primeira melindrosa americana”, como era chamada por seu marido, F. Scott Fitzgerald, só publicou um romance, Esta Valsa É Minha. Escrito em sua passagem por uma clínica psiquiátrica (ela sofria de depressão), o livro motivou discussões entre o casal por ser parcialmente autobiográfico e expor a intimidade conjugal. Fracasso de vendas, a obra só foi reconhecida após a morte de Zelda.
- Osamu Dazai (1909-1948)
O escritor japonês suicidou-se seis dias antes de completar 39 anos, mas, em sua curta vida, produziu obras que o consagraram como um dos maiores autores modernos de seu país. Declínio de um Homem, de inspiração autobiográfica, conta os percalços da vida de Yozo, um jovem depressivo do interior do Japão que tenta sobreviver em Tóquio.
Publicado em VEJA de 6 de fevereiro de 2019, edição nº 2620