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Por quem os sinos dobram

Uma política genocida

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h00 - Publicado em 19 abr 2020, 08h00
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  • Para sujeitos como Donald Trump e Jair Bolsonaro, fora a deles não existe verdade. E a deles, naturalmente, pode ser uma, hoje, e outra amanhã de acordo com as circunstâncias. Há uma quantidade expressiva de pessoas que pensam e agem como eles – aqui, no momento, os que, por exemplo, defendem a salvação da Economia à custa da morte dos vulneráveis ao coronavírus.

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    Os vulneráveis não são poucos no Brasil. E não incluem só os idosos, como tanto se destacou de fevereiro último para cá. Vulneráveis são também aqueles que têm ao menos um dos cinco fatores que podem agravar o Covid-19: hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e pulmonares. Sabe quantos são? Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz foram atrás da resposta.

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    Estimam que sejam cerca de 50 milhões de pessoas acima de 18 anos de idade. Um em cada três brasileiros. O vírus não discrimina entre jovens e velhos. Até ontem, eram 36.599 os casos confirmados, e 2.347 o de mortos que dobrou em uma semana. À legião dos que podem ser alvos da doença devem ser juntados os que padecem de condições de vida precárias.

    Os desempregados – 12 milhões. Os sem tratamento de rede de esgoto – 10 milhões. Os sem água – 35 milhões. Os analfabetos – 12 milhões. Os sem educação de base – 70 milhões.  Os invisíveis – assim chamados os que esperam receber o auxílio emergencial de 600 reais por mês -, seriam 54,5 milhões. Na verdade, devem passar dos 70 milhões. É por toda essa gente que os sinos dobram.

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    Enquanto dobram, no Estado da Insensatez, que é todo o território onde o presidente da República pisa para reunir-se com seus serviçais, Bolsonaro planta mentiras e colhe o sofrimento alheio. É preciso salvar a Economia, ele prega. Fazê-la rodar para que sua reeleição possa ser salva, mas isso ele esconde. Portanto, as medidas de isolamento devem acabar o mais depressa possível.

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    É tal seu desespero que Bolsonaro está disposto a passar por cima de todos que atravessem seu caminho. Há dois dias, atacou com virulência o presidente da Câmara, acusando-o de conspirar para derrubá-lo juntamente com governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal. E, ontem, apontou para o prédio do tribunal como quem sugere que seus ocupantes são inimigos do povo.

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    “O Brasil está mergulhando no caos. A economia não roda dessa forma. Vai faltar dinheiro para pagar servidor público. O vírus e o desemprego são os maiores problemas”, tocou terror ao recepcionar um grupo de seguidores ao pé da rampa do Palácio do Planalto. Bolsonaro disse ainda que o tribunal o impede de revogar o isolamento, mas que continuará tentando mesmo assim.

    Desempenhou outra vez o papel que mais aprecia – o de vítima, quando, de fato, é o sócio mais poderoso que o coronavírus poderia ter encontrado no Brasil. Bolsonaro estimula a desobediência civil que, um dia, poderá se voltar contra ele, engolindo-o. Se não for antes interditado pelo Congresso, com certeza em 2022 será julgado por sua política de estímulo ao genocídio.

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