Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Muito além do guacamole

Turbinado pela cultura do brunch e pelas redes sociais, o abacate tornou-se ingrediente quase inescapável no cardápio dos restaurantes mais badalados

Por Alexandre Salvador Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 17h25 - Publicado em 8 dez 2017, 06h00

O abacate talvez seja a mais eclética das frutas. Na maioria dos lares brasileiros, a forma mais usual de consumi-lo é como sobremesa, seja ele amassado com açúcar e limão, seja batido com leite, na forma de creme. Na última década, com a expansão da culinária mexicana no Brasil, popularizou-se também o guacamole, a versão salgada da pasta de abacate servida como aperitivo. Seguindo uma tendência mundial, o abacate agora é apresentado em novíssimas formas, distantes das receitas originais.

Em São Paulo, já é possível encontrar a fruta em diversos preparos de saladas, tostadas (aquela fatia de pão torrado com algum tipo de cobertura) e até como recheio de sanduíches. O refinado restaurante italiano Fasano, o melhor de sua categoria na escolha de VEJA SÃO PAULO, acaba de incluir o ingrediente em uma salada de lagosta astice do Canadá com avelãs. O abacate escolhido pelo chef Luca Gozzani, do Fasano, não é aquele habitualmente consumido no Brasil. Ele selecionou o tipo Hass, chamado de avocado nos mercados do país, que é originário da Califórnia, nos Estados Unidos, e tem características distintas das presentes na versão tropical.

(Arte/VEJA)

A principal diferença é que o avocado tem menor concentração de água, o que favorece seu uso em receitas salgadas. “Não deixará mais os cardápios”, decreta a chef Papoula Ribeiro, da paulistana Padoca do Maní, que inclui a fruta em cinco pratos do menu. “Além de ter textura agradável e uma cor vibrante, seu sabor não é tão marcante, ou seja, vai bem com praticamente tudo.”

Continua após a publicidade

Como quase todo fenômeno contemporâneo, o sucesso do abacate tem um pé nas redes sociais. A história é curiosa. A moda chegou a centenas de restaurantes de todo o mundo, no Brasil inclusive, que oferecem o brunch — a deliciosa (e um tanto preguiçosa) fusão entre café ­da manhã e almoço, geralmente servida aos domingos —, em que a fruta verde brilha na chamada avocado toast, a tal torrada coberta pelo abacate, seja em forma de patê, seja em pedaços, associado a algum queijo e folhas verdes. A receita, original do Cafe Gitane, de Nova York, passou a figurar em fotos postadas por celebridades americanas. A hashtag #avocadotoast tem quase 600 000 postagens com versões caseiras e gourmetizadas. “O Instagram mudou a forma de nos alimentarmos. O avocado acabou entrando na moda por ser uma fruta que rende belas fotografias”, diz a chef do Factorio, Thais Alves, cuja avocado toast estampa a página ao lado.

A onda cresce porque o abacate é bom e do bem. É saudável, rico em gordura monoinsaturada, aquela comprovadamente benéfica ao sistema circulatório, o que não significa que deva ser consumido em abundância. “O abacate é extremamente calórico”, diz o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração (a porção de 100 gramas tem 100 calorias). “Mas é melhor passar no pão uma colher de abacate do que de manteiga.” Com a popularização, o Brasil tornou-se até um exportador da fruta — tanto do abacate como do avocado, este mais consumido no exterior. Agora, o avocado também aparece nas gôndolas dos supermercados brasileiros. Lígia Carvalho, gerente da Jaguacy, uma das principais fazendas de avocado do Brasil mas também produtora de abacate, garante: “É um mercado em expansão”.

Publicado em VEJA de 13 de dezembro de 2017, edição nº 2560

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.