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Memória: Aloysio de Andrade Faria, Shere Hite e Terence Conran

O modernizador dos bancos, a sexóloga americana e o designer inglês

Por Da Redação Atualizado em 18 set 2020, 16h18 - Publicado em 18 set 2020, 06h00

A discrição e a paixão por cavalos e obras de arte eram as marcas de Aloysio de Andrade Faria, o gastroenterologista mineiro que ajudaria a construir a face moderna do mercado financeiro no Brasil. Em 1948, ele e o irmão mais novo, Gilberto, herdaram do pai o Banco da Lavoura — gênese do que seria o Banco Real, fundado em 1971 e vendido em 1998 ao holandês ABN Amro, depois comprado pelo Santander. Em mais de oitenta anos de intensa atividade profissional, Faria criou um grupo empresarial que incluía o Banco Alfa — erguido depois da venda do Real —, a rede de hotéis Transamérica, a cadeia de loja de materiais de construção C&C, a fabricante de água mineral Águas da Prata, a sorveteria La Basque e emissoras de rádio. Uma placa onipresente nas companhias do empresário indicava seu estilo de trabalho: “Ordem sem progresso é inútil, progresso sem ordem é falso”. Disse o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Neto: “Ele pensou sempre em um sistema financeiro sofisticado e eficaz, como instrumento de um desenvolvimento seguro e mais equânime. Tinha aquela sabedoria que combinava o saber prático e um ideal de justiça”. Faria completaria 100 anos em novembro. Morreu em Jaguariúna, no interior de São Paulo, em 15 de setembro, de causas naturais.

Uma revelação feminina

LIBERTAÇÃO - A sexóloga americana: um relatório que autorizou as mulheres a falar de orgasmo – (Galuschka/ullstein bild/Getty Images)

Em 1976, um livro explodiu como manifesto em todo o mundo, O Relatório Hite — Um Profundo Estudo sobre a Sexualidade Feminina. Sua autora, a sexóloga americana Shere Hite, entrevistou 3 000 mulheres, de até 78 anos, para que relatassem suas experiências de prazer. A estrondosa revelação hoje soa quase ingênua: as mulheres podem atingir orgasmos sem relação sexual convencional, e mesmo sem a presença de um homem. Shere tinha 77 anos. Morreu em Londres, em 9 de setembro, de causas não reveladas pela família.

O inventor da elegância britânica

BOM GOSTO - O designer: uma revolução dentro das casas no Reino Unido, depois exportada – (Rune Hellestad/Corbis/Getty Images)

Cego do olho esquerdo de nascença, o designer inglês Terence Conran ajudou a construir a imagem do Reino Unido como um lugar de apreço por móveis e objetos caprichados, modernos mas sem exageros, como se tivessem sido retirados das salas domésticas para as prateleiras do comércio. A Habitat, a sua mais celebrada e bem-sucedida loja, influenciaria outros negócios pelo mundo todo, como a sueca Ikea e, no Brasil, a Tok&Stok. Conran foi sempre celebrado por ter suprido uma suposta falta de gosto da cultura britânica por ideias mais elegantes — introduziu a gastronomia francesa de estilo bistrô em endereços cafonas, apresentou as cadeiras escandinavas, as luminárias italianas e os móveis de linhas retas. Bem-humorado, ele mesmo pedia crédito por ter impulsionado a vida sexual dos ilhéus ao lhes apresentar o edredom. O centro de suas atividades era o bairro de Chelsea, entre a nobreza do Velho Mundo e a gentrificação. Tinha 88 anos. Morreu em Berkshire, na Inglaterra, em 12 de setembro, de causas não reveladas pela família.

Publicado em VEJA de 23 de setembro de 2020, edição nº 2705

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