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Mau negócio da China

A internet está lotada de sites que vendem roupa desse país. Os preços são ótimos, mas muitas clientes têm uma surpresa desagradável quando abrem o pacote

Por Isabela Izidro Atualizado em 17 nov 2017, 06h00 - Publicado em 17 nov 2017, 06h00

A poucos dias da Black Friday, a sexta-feira de liquidações (neste ano, no dia 24) que abre a temporada de compras de Natal, o comércio pela internet se prepara para explodir. No Brasil, onde em 2016 o e-commerce faturou 20 bilhões de dólares, quase 42% do total da América Latina, multiplicaram-se nos últimos tempos os sites que vendem roupas fabricadas na China, mercado onde o preço baixíssimo enfim venceu a resistência das brasileiras a comprar sem experimentar. Saltam aos olhos, por onde quer que se navegue, serviços com nome em inglês, francês e idiomas não identificados — Wish, bonprix, FloryDay, MiniInTheBox, AliExpress, o braço do gigante chinês Alibaba voltado para o Ocidente — que oferecem vestidos de dia, de noite, até de casamento. Algo ótimo, não fosse um problema: o enorme risco de encomendar uma coisa e receber outra — um negócio da China às avessas.

Animada pelo valor, pelo frete de graça ou quase e pela frequente isenção de impostos (a cobrança, de 60%, é aleatória), a auxiliar de escritório Cintia Santos, de 35 anos, do Rio de Janeiro, reservou para uma festa chique um vestido anunciado no AliExpress, com fartura de renda e graciosa sainha rodada. Preço: 50 reais. Quase dois meses depois (sim, a entrega é demorada), recebeu uma peça irreconhecível. “Não tinha renda nenhuma, só uns apliques e uma saia sem graça”, conta. O traje está no armário, sem uso. Já a contadora Renata Montalvão, de 35 anos, de Campinas, revoltou-se ao comprar no mesmo site três vestidos idênticos, a 30 reais cada um, com a intenção de revendê-los, e receber outra coisa. “O tecido parecia plástico. O acabamento era de péssima qualidade. E o tamanho era muito menor”, diz ela. Renata pediu e obteve reembolso em menos de uma semana.

Não foi a única. Nos sites de venda de roupas chinesas, em geral, quem reclama recebe o dinheiro de volta sem nem precisar devolver o pacote — e muita gente reclama. O Reclame Aqui, uma espécie de termômetro da confiabilidade de produtos e empresas, aponta como campeã de queixas a americana Wish, com 5 484 reclamações — 100% delas respondidas a contento —, seguida de pertíssimo pela AliExpress (5 443), que tem no próprio site um espaço para queixas intitulado Abrir Disputa (o português é quase sempre macarrônico, tipicamente produto de tradução eletrônica). A quem, mesmo sabendo das dificuldades, não resiste aos preços baixos, compradoras experientes recomendam cuidados simples. Primeiro: desconfie sempre — peça mais fotos do produto, consulte os comentários na internet. Como cada site tem seu conceito de grande, médio e pequeno, vale a pena examinar com lupa a tabela de medidas que a maioria fornece. Por fim, domine o vocabulário: chiffon (qualquer tecido transparente), linho (qualquer malha de algodão), seda (um sinônimo de poliéster), renda (termo genérico). Isso posto, boas compras — e muita sorte.

Publicado em VEJA de 22 de novembro de 2017, edição nº 2557

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