- Ditadura com eleição (Capa)
- Cármen Lúcia (Entrevista)
- Artigo de J.R. Guzzo
- Hélio Bicudo (Datas)
- Padmanabh Singh (Conversa)
CAPA
Nunca foi tão grande a distância entre os partidos e a sociedade. Quando isso acontece, a autocracia aparece (“A fadiga da democracia”, 8 de agosto).
Levi Bronzeado dos Santos
Guarabira, PB
Parabéns a VEJA pela matéria de capa e por outras reportagens em defesa da democracia e da necessidade indispensável de compromisso democrático da parte dos pretendentes ao Palácio do Planalto. Infelizmente, desta vez, a sociedade e a imprensa brasileira cometeram um erro que pode custar nossa juvenil democracia: levar a sério a candidatura de presidenciáveis sem compromisso com a liberdade e a democracia. Deveríamos ter feito como das outras vezes: pensado que era uma brincadeira. Indivíduos com perfil ditatorial só deveriam servir para alimentar nosso riso durante o horário eleitoral, como acontecia com um caricato candidato nacionalista há duas décadas, cujo bordão era dizer o nome.
Fernando Dias
Via e-mail
Muito curioso. O cientista político Steven Levitsky classificou o deputado Jair Bolsonaro como o único político autoritário entre os candidatos a presidente desta nossa maltratada República. Ignorou — ou não teve conhecimento sobre — a recente afirmação do candidato Ciro Gomes segundo a qual, se ele for eleito, soltará da prisão o ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, o senhor Luiz Inácio da Silva. Pergunto: essa absurda e eloquente negação do Poder Judiciário não se constitui num ato de autoritarismo exacerbado?
Sérgio Becker
Porto Alegre, RSDITADURA
A brilhante matéria de capa sobre a crise da democracia, capaz de “eleger ditaduras”, revela o ciclo neofascista por que passa o mundo atual. Faltam lucidez e visão histórica aos eleitores que se iludem com governos totalitários de direita ou esquerda e sobra desencanto aos democratas. Tudo o que esperamos é que o bom-senso prevaleça e o Brasil saia desse impasse, fazendo as reformas estruturais de que tanto necessitamos. Ou morreremos abraçados às nossas vãs esperanças.
Paulo Sérgio Arisi
Porto Alegre, RS
Há democracias que se fragilizam em virtude do mau uso da liberdade por elas proporcionada, levando as pessoas de bem a ter uma sensação de anarquia. A partir daí está pavimentado o caminho para as ditaduras.
Domingos Sávio Pereira
São Paulo, SP
CÁRMEN LÚCIA
A ministra Cármen Lúcia, que “sofre” quando pouco se alimenta em momentos tensos, deixa uma vetusta e valorosa mensagem aos brasileiros: parem de se fazer de vítimas (Páginas Amarelas, “Estado de alerta”, 8 de agosto). A dificuldade existe para todos. Devem-se, sim, adotar boas maneiras, comportamentos éticos, coerência; evitar celeumas, atrocidades, belicosidade. Enfim: o país precisa de pessoas que façam diferença.
Evilázio Magalhães Júnior
Garça, SP
Nós, brasileiros, estamos de parabéns por termos uma ministra tão correta. Ela é um “porto seguro” diante de tanta corrupção e prepotência dos poderosos. E os montes-clarenses se sentem muito orgulhosos por compartilhar o seu berço, a querida princesa do norte de Minas Gerais.
Marilda Versiani de Souza
Montes Claros, MG
A ministra Cármen Lúcia distorce grosseiramente os fatos e atenta contra a inteligência dos leitores ao afirmar que as críticas ao STF decorrem das “justas punições aos corruptos” promovidas pela Corte. Ao contrário, a verdade é que a sociedade fica constantemente perplexa e revoltada, não com a prisão dos corruptos, mas sim com sua frequente soltura realizada pelos ministros Toffoli, Lewandowski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio. Não é o que o Judiciário tem de melhor, como diz a ministra, que provoca críticas, mas justamente o que ele abriga de pior.
Marco Antonio Bompet
Rio de Janeiro, RJ
Infelizmente, a brilhante entrevista com a ministra Cármen Lúcia nos dá uma triste e preocupante certeza: com o fim de seu mandato, a mais alta corte do país deixará de ser presidida por uma jurista notável e será entregue a um aventureiro, que em duas tentativas se mostrou incapaz de obter aprovação em concurso para juiz substituto. Uma vez que a própria ministra afirma que “o tempo do direito não é o tempo da política”, rezemos para que o seu sucessor tenha esse mesmo entendimento e que ele seja leal tão somente à Constituição.
Rogerio Bianco
São Bernardo do Campo, SP
J.R. GUZZO
Os simpatizantes do PT acham que a lei não se aplica ao ex-presidente Lula (“Conto do vigário”, 8 de agosto). Não acreditam que ele roubou e por isso foi condenado duas vezes. Querem soltá-lo “na pressão”. No mundo, não existe preso-governante. O PT quer inovar.
Geraldo Lisboa
Niterói, RJ
O Brasil nunca esteve tão combalido sob o manto dos absurdos cultivados por esta nossa política tupiniquim. O PT pretende registrar a candidatura do senhor Lula da Silva à Presidência da República. Ficam então, no ar, algumas dúvidas na esperança de respostas esclarecedoras: com Lula condenado a mais de doze anos e ainda por cima réu em mais alguns outros processos, compete ao TSE acatar ou não o registro de sua candidatura. Não acatado, estará sendo respeitada a Lei da Ficha Limpa, coincidente e ironicamente sancionada pelo próprio Lula, no decurso de seu governo. Acatado, a lei estará sendo vilipendiada e aviltada com o indigno destino da lata do lixo. Outra dúvida que ainda nos aflige: se eleito, ele exercerá o mandato de dentro ou de fora do cárcere?
Fernando G. Habib
Salvador, BA
HÉLIO BICUDO
VEJA prestou bela homenagem ao eminente jurista Hélio Bicudo (“Os dois Brasis de Hélio Bicudo”, 8 de agosto), falecido na semana passada. A revista ressalta como dois grandes feitos seus o enfrentamento da ditadura com a ação contra o “esquadrão da morte” e a assinatura do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. A mim me parece que seu maior feito foi o exemplo que deixou de homem ético e coerente, que se voltou até mesmo contra o partido que fundou. É uma lição que fica a todos aqueles que enxovalharam o seu partido político e a muitos colegas juristas que estão longe de ter sua dignidade e caráter. Esse foi um grande homem!
Ricardo Rezende
Brasília, DF
Hélio Bicudo, um gigante da ética em um Brasil tão carente. A coragem de mudar o curso e admitir o erro. Estamos carentes de mais brasileiros assim.
César Rafael Sedrez Gonzaga, Balneário Camboriú, SC
CONVERSA
Enquanto a Índia caminha a passos lentos no desenvolvimento social e econômico, seu herdeiro de linhagem real investe em si próprio nos EUA e busca diversão no Brasil. É uma situação conflitante com a do país (“O marajá de 20 anos”, 8 de agosto).
Mônica Delfraro Davi
Campinas, SP
PRÊMIO VEJA-SE
Lendo o perfil de Raquel Molina (“Com espaço para voar”, 8 de agosto), candidata ao Prêmio Veja-se na categoria Inovação, chego à conclusão de que nossos jovens são guerreiros indo à batalha para implantar suas ideias em um país que quase nada tem investido no crescimento e desenvolvimento de mentes talentosas.
Elizabeth Sanches
Campinas, SP
Publicado em VEJA de 15 de agosto de 2018, edição nº 2595