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Zema recorre a Doria para manter apoio do PSDB a governo em Minas

Possibilidade de o partido deixar a base do governo na Assembleia Legislativa do estado é defendida por Aécio Neves, ex-presidente da sigla

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 10 Maio 2019, 15h30 - Publicado em 10 Maio 2019, 14h57

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), recorreu ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para evitar a saída dos tucanos da base do Palácio Tiradentes na Assembleia Legislativa. A possibilidade de o partido se transformar em independente foi defendida na convenção estadual do PSDB de Minas, no sábado, e tem como um de seus principais defensores o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

Zema telefonou para Doria ainda no fim de semana. Disse que precisava da bancada tucana, que tem seis parlamentares, de um total de 77 deputados estaduais. O governador de São Paulo, hoje o principal nome da legenda no plano nacional, se comprometeu a ajudar.

“O PSDB vai manter seu apoio na base ao governador Romeu Zema. Ele é um homem honesto e decente. Recebeu uma herança maldita do PT, do Fernando Pimentel”, disse Doria. O petista Pimentel antecedeu Zema como governador de Minas Gerais e concorreu à reeleição no pleito de 2018.

O embate colocou o governador paulista e Aécio em rota de colisão mais uma vez. No último domingo, durante a convenção estadual da sigla em São Paulo, Doria evitou fazer comentários sobre a possibilidade de expulsão do deputado federal. O presidente do partido no estado, Marco Vinholi, ligado ao governador paulista, defende a expulsão do tucano mineiro da sigla.

Aécio foi governador de Minas por duas vezes, senador por um mandato e candidato à Presidência da República em 2014, quando foi derrotado por Dilma Rousseff (PT). Sob investigação e réu na Lava Jato, o tucano, no entanto, perdeu força política, não conseguiu articular a reeleição para o Senado e acabou se candidatando a deputado federal. Teve 106 mil votos. Na disputa, entre os eleitos, ficou na 19.ª posição.

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O PSDB tem um secretário no primeiro escalão do governo Zema – o ex-deputado federal e ex-prefeito de Juiz de Fora Custódio Mattos. O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Luiz Humberto Carneiro, também é do PSDB. Ambos não participaram da convenção em Minas.

O presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Paulo Abi Ackel, que assumiu o cargo no sábado, confirmou o contato com o governador de São Paulo. “Converso com Doria com muita frequência sobre muitos assuntos e sobre Minas Gerais. E noto que tem preocupação com o Estado. Mas sobre a política mineira e sobre os destinos do partido em Minas, nada foi falado e o governador não se sentiria à vontade para fazê-lo.”

O deputado disse que a possibilidade de o partido adotar postura de independência em relação a Zema “não é algo para ontem”. “Vamos provocar um debate dentro da legenda. Não podemos ser caudatários de um projeto político de outro partido, que é menor que o nosso”, afirmou Abi Ackel.

O governo Romeu Zema não se posicionou sobre a disputa envolvendo o PSDB de Minas e o de São Paulo. A convenção nacional do partido será no dia 31.

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Retorno

O principal objetivo de Aécio Neves ao querer ver o PSDB longe do governo Zema é tentar pavimentar um possível retorno ao topo da política nacional, mesmo respondendo a diversos inquéritos na Justiça. Para isso, o tucano precisa, primeiro, voltar a ter expressão no cenário político de Minas.

Na convenção de sábado do PSDB-MG, o parlamentar foi aplaudido ao discursar, mas nada que destoasse das palmas a outros integrantes da legenda. Também não havia faixas de apoio. De forma oficial, Aécio tem o mesmo discurso do presidente da legenda, de que o partido não pode ser signatário de uma sigla que não tem o mesmo projeto dos tucanos, por isso o melhor caminho seria a independência.

Segundo o deputado, o projeto dos tucanos não é o “ultraliberalismo”, conforme disse em sua fala no sábado. A reportagem entrou em contato com a assessoria do deputado e não obteve retorno até a conclusão desta edição.

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