XP/Ipespe: sem Lula, Bolsonaro e Marina lideram disputa eleitoral
Nova pesquisa mostra consolidação do cenário em caso de impedimento da candidatura do ex-presidente pela Lei da Ficha Limpa
A nova pesquisa Ipespe, divulgada a clientes da corretora XP Investimentos nesta sexta-feira 24, mostrou uma repetição dos cenários registrados ao longo desta semana, com o deputado Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) ocupando as primeiras posições nas simulações que desconsideram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inelegível pela Lei da Ficha Limpa, como candidato. Bolsonaro registrou 23% das intenções de voto, enquanto Marina apareceu com 12%.
Com uma margem de erro acima dos padrões usuais – 3,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos –, aparecem tecnicamente empatados com Marina pela segunda posição os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) com 8% e Fernando Haddad (PT), com 6%. Alvaro Dias (Podemos) registrou 5% das intenções de voto. João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) apareceram com 2%, Cabo Daciolo (Patriota), Guilherme Boulos (PSOL) e João Goulart Filho (PPL) registraram 1%. Vera Lúcia (PSTU) e José Maria Eymael (DC) não alcançaram 1%.
Todos os candidatos, no entanto, seguem perdendo para o “não voto”. Brancos, nulos e indecisos somaram 29% no cenário, segundo o levantamento. Todas as oscilações na pesquisa, que é divulgada semanalmente, aconteceram dentro da margem de erro.
‘Apoiado por Lula’
Depois de apresentar essa simulação, a XP/Ipespe propõe outra, em que o ex-prefeito aparece como “Fernando Haddad apoiado por Lula”. Nesse cenário, ele passa de 6% para 13% e supera os demais empatados na segunda posição. Nesse cenário, com um direcionamento maior dos eleitores do ex-presidente, os candidatos que mais caem são Bolsonaro (de 23% para 20%) e Marina (de 12% para 9%), ambos, portanto, com oscilação de três pontos percentuais.
Apesar disso, a pesquisa também registra uma queda no índice de eleitores de Lula que migrariam para Haddad. Antes, eram 44% dos apoiadores do ex-presidente. Nesta semana, são 32%, sem nenhum relevante fato novo que possa explicar a oscilação, ocorrida depois de um período de alta no levantamento anterior. Em contrapartida, cresceu o índice daqueles que passariam a votar nulo (de 25% para 36%).
Em um cenário em que Lula seria autorizado a concorrer, ele lideraria a pesquisa, com 32% das intenções de voto, seguido de Bolsonaro (20%), Ciro Gomes (7%), Alckmin (7%), Marina (7%), Alvaro Dias (4%), João Amoêdo (2%), Cabo Daciolo (1%), Henrique Meirelles (1%). Os demais não pontuam. Brancos, nulos e indecisos somam 18%.
Segundo turno
Em uma particularidade desta pesquisa, feita por telefone, Jair Bolsonaro se sairia melhor no segundo turno do que o registrado no Datafolha, quando ele só se daria melhor contra Fernando Haddad. Nos resultados, Bolsonaro só perderia fora da margem de erro em um embate contra o ex-presidente Lula, por 45% a 33%.
Ele aparece na frente nos confronto contra o ex-prefeito (38% a 32%) e Geraldo Alckmin (34% a 33%), equivalente a Ciro Gomes (ambos com 32%) e derrotado dentro da margem por Marina (37% a 33%). No caso de uma disputa entre Alckmin e Ciro, melhor para o tucano (33% a 28%), mas também dentro da oscilação possível prevista.
Rejeição
De todos os seis candidatos com melhores resultados nas pesquisas, apenas Alvaro Dias tem menos de 50% de rejeição dos eleitores. O senador do Podemos aparece com 48%. Os demais ficam na mesma faixa. Lula e Marina com 60%, Ciro, Alckmin e Bolsonaro com 59%. Haddad é rejeitado por 54%.
Dias também é o mais desconhecido, com 31% dos eleitores dizendo que não o conhecem, seguido por Haddad, com 25%. Os demais já apresentam taxas muito menores. Ciro só é desconhecido por 11%, Bolsonaro, 10%, Alckmin, 8%, Marina, 5% e Lula por só 1%.
Expectativa
Essa é a primeira vez, segundo a XP, que a maior parte dos eleitores acredita na vitória de Lula (31%), apesar de ser uma diferença pequena para os que acreditam que Bolsonaro vá ser eleito (30%). Outros 7% acreditam que Geraldo Alckmin vá vencer, seguido por Ciro e Marina (3% cada), Alvaro Dias (2%). Um total de 16% não sabe, 5% citaram outros candidatos e 1% não respondeu.
A pesquisa ouviu 1.000 pessoas por telefone entre os dias 20 e 22 de agosto e tem margem de erro de 3,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. A taxa de confiança é de 95,5%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-07829/2018.