O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que o ministro da Educação Abraham Weintraub insiste na estratégia de polarização ideológica para criar “cortinas de fumaça” que paralisam a execução de propostas com medidas importantes para a educação brasileira. Weintraub foi ouvido pela Comissão de Educação do Senado, nesta terça-feira, 11, em uma audiência que durou aproximadamente quatro horas, para falar sobre os problemas da última edição do Enem.
“Weintraub não conseguiu explicar, por exemplo, por que não utilizou aquele 1 bilhão de reais recuperados pela Lava-Jato, destinados ao Ministério da Educação, nem o motivo da pouca execução da pasta em áreas cruciais”, disse em entrevista a VEJA.
No audiência, Weintraub disse aos senadores que o Enem foi alvo de uma “chuva de fake news” e voltou a afirmar que o exame se mostrou “o melhor de todos os tempos” – o ministro utilizou um PowerPoint para expor alguns de seus argumentos. Para Alessandro Vieira, a postura irredutível de Weintraub sobre a polêmica envolvendo o Enem é outro fator preocupante. “O Enem teve problemas, isto é inegável, mas o pior de tudo é que você não vê solução, proposta, só ataque e provocação”, afirma o senador.
Alessandro Vieira também criticou a postura de Weintraub nas redes sociais. “Twitter não é divã de ministro. Ele é uma figura pública e, quando fala, fala como ministro, como referência no sentido de equilíbrio”, reclamou. Aos senadores, durante a audiência, o ministro da Educação afirmou que não se arrepende de sua postura nas redes e que “o dia em que eu não puder ser livre [para me manifestar], meu lugar não é no Brasil”.
Os ataques pessoais a internautas desferidos pelo ministro e a falta de impessoalidade demonstrada no episódio no qual Weintraub usou sua conta pessoal no Twitter para solicitar que o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) analisasse a prova da filha de um apoiador, foram utilizados como argumento pelo grupo de parlamentares que entrou com um pedido de impeachment contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).