João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, reapareceu. Condenado a mais de 20 anos de prisão por corrupção, ele cumpriu sua pena e agora se dedica a uma missão trabalhosa: reescrever sua biografia. A Lava-Jato descobriu que o petista era uma figura atuante no esquema de desvio de dinheiro dos cofres da Petrobras. Empreiteiros envolvidos no escândalo confessaram que parte dos lucros ilegais das empresas eram entregues a Vaccari. Ele nega.
Recentemente, o ex-tesoureiro esteve no Sindicato dos Comerciários de Osasco (SP). Ao lado do também ex-tesoureiro Delúbio Soares, a quem sucedeu no cargo, falou sobre a suposta perseguição contra ele e o partido. A Lava-Jato, segundo o petista, interessava ao “capital internacional” como instrumento para “desmontar” o parque industrial brasileiro. “É difícil a gente dizer que não houve nada”, disse Vaccari, ressaltando, porém, que o PT nada teve a ver com os desvios.
O grande momento da palestra aconteceu quando ele falou sobre o ex-juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato: “Nós ainda vamos ver Sergio Moro sendo preso. O motivo eu não sei, mas ele vai ser preso”. A plateia adorou. O agora senador Moro não quis comentar.
Apesar da ficha corrida, Vaccari vem recuperando seu prestígio no PT e no governo. Recentemente, ele apadrinhou o novo presidente da Previ, o bilionário fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O ex-tesoureiro também tem participado de palestras e discutido estratégias de ação sindical no governo Lula.