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URGENTE: JBS é alvo de ação da Polícia Federal

Operação foi deflagrada nesta manhã e apura lucros obtidos a partir de delação premiada

Por Rodrigo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 21h52 - Publicado em 9 jun 2017, 10h11
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  • Três semanas após a homologação da delação premiada que empareda o governo Michel Temer, as empresas da família de Joesley Batista são alvo, na manhã desta sexta-feira, de uma operação da Polícia Federal que investiga ganhos que o grupo teve no mercado com informações privilegiadas sobre a colaboração firmada com a Procuradoria-Geral da República.

    A ação foi deflagrada pouco depois das 10 horas da manhã. Os agentes estão na sede da JBS e também da FB Participações, outra empresa controlada pela família. Os investigadores apuram se os controladores do conglomerado obtiveram lucros com a compra de dólares e a venda de ações do grupo às vésperas de virem a público informações sobre a delação premiada.

    Estima-se que, apenas com operações de câmbio, o grupo tenha lucrado mais de 600 milhões de reais horas antes do vazamento das primeiras informações sobre a delação premiada. As transações também são investigadas pelo Banco Central, como informou a última edição de VEJA.

    A investigação busca provas de que as transações foram planejadas a partir da informação privilegiada sobre o acordo: a suspeita é de que, sabendo que a revelação da delação mexeria com o mercado, os controladores do grupo se articularam para ganhar dinheiro, comprando dólares e se desfazendo de ações que, sabidamente, perderiam valor nas horas seguintes.

    O desenrolar do caso tem potencial para pôr em xeque o destino dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que no acordo firmado com a Procuradoria obtiveram o compromisso de não ser penalizados e o direito de morar no exterior – tão logo foram  fechados os termos da colaboração, Joesley Batista, por exemplo, mudou-se para Nova York.

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    Se comprovadas as suspeitas, os empresários podem ser presos, uma vez que eventuais crimes cometidos nos negócios feitos às vésperas da delação não estariam abarcados no acordo de colaboração.

    A delação premiada de Joesley Batista, de seu irmão Wesley e de alguns dos principais executivos da companhia deu origem à maior crise do governo de Michel Temer. Em março, Joesley gravou secretamente uma conversa com o presidente, no Palácio do Jaburu.

    Entre os temas tratados no encontro estavam pagamentos feitos pelo empresário ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador de mercado Lúcio Bolonha Funaro, que ameaçam contar segredos capazes de comprometer o governo Temer e a cúpula do PMDB. Joesley também relatou a Temer sua estratégia para barrar investigações que miram o grupo – entre as providências, estavam pagamentos a um procurador da República.

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    A partir das revelações da delação, Michel Temer virou alvo um inquérito no Supremo Tribunal Federal. Ele é o primeiro presidente da República investigado, no exercício do cargo, por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.

    Em nota, o grupo J&F, que controla a JBS, informou que as duas empresas entregaram os materiais e documentos pedidos pelas autoridades durante a operação desta sexta-feira. Sobre as supostas irregularidades no mercado de câmbio, o grupo explicou que “tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais”.

    Confira o texto enviado pela assessoria da J&F na íntegra:

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    Em relação à operação realizada na sede da J&F e da JBS hoje (09.06), as empresas informam que foram entregues os materiais e documentos solicitados. A Companhia segue colaborando e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos necessários.

    Todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações. ​ Em relação às operações de câmbio, a ​JBS esclarece que gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities. A ​empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais.

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