Na pequena comitiva que o acompanhou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Jair Bolsonaro incluiu um assessor hostil a… Jair Bolsonaro.
Tiago Pereira Gonçalves, encarregado de fazer o contato com os jornalistas, já trabalhou para o deputado Vicente Cândido (PT-SP) e fez campanha aberta contra Bolsonaro durante as eleições. Na Suíça, ele foi um dos personagens do mal explicado cancelamento da entrevista coletiva que Bolsonaro daria em Davos.
Segundo o assessor, o cancelamento se deu devido ao “comportamento antiprofissional” da imprensa. Em suas redes sociais, Tiago não esconde a repulsa ao presidente. Em outubro, ele compartilhou um vídeo da campanha do #EleNão no qual o cantor Zeca Baleiro se refere a Bolsonaro como “capiroto” e “satanás”.
No mesmo mês, ele compartilhou uma mensagem segundo a qual o presidente é de “extrema direita” e o novo governo, “neofascista”. A postagem também incluiu um ataque a Sergio Moro, que teria usado o cargo de juiz para “fazer política partidária”.
Um pouco antes, em setembro, disse que apenas a “escória” apoiava Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro também foi alvo de Tiago.
O assessor ainda sugeriu a “interdição psíquica” de Janaina Paschoal, deputada estadual eleita pelo PSL.
Além de ter assessorado Vicente Cândido, Tiago já trabalhou nos Ministérios da Saúde e da Integração Nacional na gestão Dilma. Após o impeachment, permaneceu no governo federal. Em julho do ano passado, passou a trabalhar no Palácio do Planalto. Até agora, sobreviveu ao que o ministro Onyx Lorenzoni chamou de “despetização”.