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‘Temos que reformar a reforma da Previdência’, diz Paulinho da Força

Deputado federal e vice-líder do Solidariedade defendeu mudança no texto da PEC e protagonismo do Congresso: 'Governo é muito ruim', disse a VEJA

Por André Siqueira 29 Maio 2019, 19h31
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  • O deputado federal e vice-líder do Solidariedade na Câmara dos Deputados, Paulo Pereira da Silva (SP), conhecido como Paulinho da Força, defende uma “reforma” do texto da reforma da Previdência enviado ao Congresso Nacional pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

    “Sou daqueles que acham que nós não temos força para derrotar a reforma da Previdência. Por isso, temos que reformar a reforma do governo”, afirmou a VEJA. Paulinho da Força apresentou uma emenda ao texto, no qual defende, entre outros pontos, idade mínima de 62 anos para homens e 59 para mulheres, exclusão dos professores, dos aposentados rurais e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) da proposta de mudança nas aposentadorias.

    “Além disso, é preciso manter o abono do PIS [Programa de Integração Social] para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, o cálculo da previdência em 80% e não em 100% das contribuições, e a constitucionalização da Previdência”, diz o deputado.

    Na avaliação do vice-líder do Solidariedade, o governo possui apenas 64 votos para aprovar o texto. “São os 54 do PSL [partido do presidente] e mais dez do Novo. O resto, precisa conquistar. Falta entender também que, do jeito que está, não passa”, avalia. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são necessários 308 votos favoráveis à reforma da Previdência – a Câmara é composta por 513 deputados.

    Questionado sobre a existência de um “parlamentarismo informal”, Paulinho da Força disse que “o Congresso está tendo responsabilidade, votando projetos que interessam ao país. Isso só ocorre porque o governo é muito ruim, não consegue governar, todo dia inventa uma história para fazer o que não deveria, enquanto o Brasil vai entrando em recessão, com aumento do desemprego”, disse a VEJA.

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    Mesmo diante de derrotas recentes, como a votação no plenário da Câmara que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado pelo ministro Sergio Moro, para o Ministério da Economia, de Paulo Guedes, Paulinho avalia que o Palácio do Planalto não alterará sua postura. “O presidente continua atacando o Congresso, desqualificando a política”, afirma.

    Para o parlamentar, as manifestações do domingo 26 “não surtirão efeito” prático na relação do Executivo com o Legislativo. “Os atos foram muito aquém do que os organizadores esperavam, muito pequenos, e aqui na Câmara não mudou nada, ou seja, se o governo e seus aliados imaginavam que o apoio que eles precisam para governar viria das ruas, eles precisam repensar as suas estratégias”, avalia.

    Indagado sobre a articulação política do governo Bolsonaro, Paulinho da Força diz que não tem relação com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, um dos responsáveis por fazer a interlocução entre Executivo e Legislativo. “Tive uma conversa com ele há três meses. Depois, mandei um recado, mas ele nunca me retornou, então, não fui atrás. Ele sabe da minha posição contrária à reforma atual, então provavelmente não esteja afim de dialogar comigo”, afirma o deputado.

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