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Temor de derrota no 1º turno acirra divergências na campanha do PT

Aumento da rejeição de Haddad e estagnação nas pesquisas expôs diferenças entre círculo mais próximo ao candidato e grupo ligado à direção do partido

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 out 2018, 14h56 - Publicado em 4 out 2018, 10h42

O desempenho do candidato Fernando Haddad nas mais recentes pesquisas do Ibope e Datafolha e a ameaça de uma derrota no primeiro turno para Jair Bolsonaro (PSL) acentuaram diferenças internas e levaram o Partido dos Trabalhadores a procurar culpados e buscar correções na reta final da disputa presidencial. O principal revés da candidatura Haddad ocorreu no índice de rejeição, que disparou nos últimos dias – crescendo de 9 a 11 pontos porcentuais nas sondagens dos institutos divulgadas nesta semana.

Em um reflexo dessa tensão, a campanha petista mudou sua estratégia em relação ao presidenciável do PSL. Ainda nesta quarta começou a circular no horário eleitoral a primeira inserção na TV que cita nominalmente Bolsonaro. Na peça, o PT afirma que o deputado votou a favor de medidas do governo Temer e “contra o trabalhador” como a reforma trabalhista e conclui: “Já basta o Temer”.

Divergências

Segundo relatos, as discordâncias entre o círculo mais próximo de Haddad e o grupo ligado à direção do PT ficaram evidentes na reunião da coordenação da campanha realizada na terça-feira, na casa que abriga a produtora de vídeos da campanha, em São Paulo.

Enquanto um grupo defendia que o candidato imponha mais sua personalidade e seja “mais Haddad” nesta reta final para amenizar os efeitos do antipetismo, outro exigia a manutenção do roteiro original traçado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Operação Lava Jato –, no qual o candidato é o porta-voz do programa de governo elaborado pelo PT.

Aos poucos, as críticas até aqui veladas ao programa de governo, considerado “radical” por muitos petistas, começam a ficar públicas. Na terça, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou, durante evento de campanha em São Paulo, que Haddad deve abandonar a proposta de convocação de uma Constituinte, prevista no programa. “Tira do programa. Dá uma tesoura para recortar esse negócio de Constituinte, que já está sendo explorado pela direita”, disse o parlamentar, sob aplausos.

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O diagnóstico de que uma onda de fake news direcionada ao eleitorado evangélico de baixa renda foi o maior motivo para o aumento da rejeição ao candidato também causou rusgas internas. Para setores importantes do PT, a campanha falhou ao subestimar o potencial de estrago das notícias falsas.

O desempenho sofrível dos candidatos do PT aos governos de São Paulo, Luiz Marinho (8% no Ibope), e do Rio, Marcia Tiburi (5% no Ibope), também é apontado por dirigentes e lideranças petistas como um dos motivos para que o ritmo de crescimento de Haddad nas pesquisas eleitorais tenha diminuído.

O petista, que teve crescimento rápido desde que foi oficializado candidato, em 11 de setembro, estacionou em 21% na penúltima pesquisa Ibope e oscilou positivamente para 23% na sondagem divulgada nesta quarta-feira, 3 de outubro (pesquisa entre 1 e 2 de outubro, com 3.010 entrevistados e margem de erro de 2 pontos percentuais, sob registro BR-08245/2018). Petistas ainda temem que Bolsonaro seja eleito na votação em primeiro turno.

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