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Temer: ‘Denunciaram minha filha para tentar quebrar meu psicológico’

Ex-presidente diz que ações movidas contra ele são "ficções vergonhosas" e que seus acusadores são "irresponsáveis" e podem ser presos

Por Da Redação Atualizado em 5 abr 2019, 05h30 - Publicado em 5 abr 2019, 01h15

Michel Temer acusa procuradores de tentarem “quebrá-lo psicologicamente” ao envolverem sua filha, Maristela Temer, em denúncias de corrupção. A declaração foi dada em entrevista para a TV Bandeirantes, no mesmo dia em que o ex-presidente se tornou réu em mais um processo da Lava Jato, sob suspeita de utilizar reformas na casa de Maristela para lavar dinheiro.

‘Aos senhores procuradores, tenham um pouco de vergonha emocional. Não envolvam minha filha nisso. Eles querem fazer isso para me quebrar psicologicamente, mas não quebrarão. Vai ser ao contrário: vão sair da posição de acusadores irresponsáveis para receber minhas acusações”, declarou.

Com a filha também investigada, Temer alegou inconsistência na denúncia de uso de dinheiro de corrupção em reformas: “esses valores teriam ingressado em 2014, mas minha filha fez a primeira parte da reforma em 2011 e completou em 2013. Como eu poderia saber que iria receber verbas no final do outro ano? Espero que o juiz não receba a denúncia contra minha filha, já que fui eu que mandei ela procurar a Argeplan (empresa de arquitetura). Ela não tem nada com a empresa; se há alguma coisa, é comigo”.

Se dizendo “perseguido”, o ex-presidente repetiu diversas vezes que provará sua inocência em todas as denúncias e que aqueles que o acusam podem terminar presos. Para reforçar a ideia, citou o caso de Joesley Batista, que secretamente gravou uma conversa com Temer durante o mandato: “no caso da JBS fizeram isso. Aqueles que foram me gravar, depois foram presos”.

Assim como afirmou em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, Temer diz que querem “sua cabeça” e que sua prisão foi “para fazer espetáculo”.

“Sem processo formado, decretou-se a minha detenção para o quê? Para fazer espetáculo. Sou do mundo jurídico. Se alguém, delegado, agente da PF viesse a minha casa, escritório e dissesse: ‘doutor Temer, temos aqui um mandado de detenção, peço que nos acompanhe’. O que eu ia fazer? Pegar uma metralhadora e ia eliminá-los? Não, iria cumprir o que a ordem jurídica estabelece”, disse.

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Temer declarou, ainda, que voltou para casa “com muita vergonha no peito e dor no coração” após a prisão e relembrou o momento em que agentes da Polícia Federal revistaram sua residência.

“Devo dizer que a Polícia Federal entrou em casa com delicadeza, reviraram tudo e saíram com uma sacolinha. Achavam que iam sair com obras de arte e joias, mas saíram só com alguns eletrônicos. Mas foram carinhosos para que meu filho de 10 anos não visse tudo isso”, narrou.

Também na entrevista, Temer classificou as denúncias que o envolvem como “ficção vergonhosa”.

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“A impressão que eles querem passar é que eu, há 45 anos, fiz como naquele seriado ‘La Casa de Papel‘. Querem sugerir que eu reuni uma quadrilha e, como no seriado eles roubam o Banco Central da Espanha, passei instruções para roubar o Brasil. Quando na verdade se sabe que eu reconstruí o Brasil nos últimos dois anos e oito meses. Isso é uma ficção vergonhosa”.

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