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‘Querem um troféu: a minha cabeça’, critica Michel Temer em artigo

Ex-presidente reclama da atuação do Ministério Público no inquérito que levou à sua prisão preventiva na Lava Jato do Rio de Janeiro

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 abr 2019, 09h04 - Publicado em 4 abr 2019, 08h33

Duas semanas após a sua prisão no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente Michel Temer (MDB) se manifestou sobre o ocorrido. Em artigo publicado nesta quinta-feira, 4, no jornal O Estado de S.Paulo, Temer afirma que a sua detenção foi “arbitrária” e fez parte de um “espetáculo circense” montado como uma forma de demonstração de poder por parte da força-tarefa.

“Eles querem ganhar a causa, não fazer justiça”, escreveu, completando que a Lava Jato quer é “obter um troféu: a minha cabeça”.

Depois de discorrer sobre a importância da democracia e do cumprimento das regras do Estado de Direito, Temer busca desconstruir as acusações apresentadas contra ele, bem como os fundamentos que levaram o Ministério Público Federal (MPF) a pedir a sua prisão preventiva.

O ex-presidente criticou o MPF por ter baseado a representação em múltiplos inquéritos que o envolvem, o que chamou de “catado”. No documento, o Ministério Público citou outros casos envolvendo Temer para argumentar que o emedebista comete “crimes continuados”, ou seja, que comanda uma organização criminosa que atua ao longo de décadas e que precisava ser interrompida com a prisão.

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“O que se quis foi o espetáculo e foi o que se viu, em clara violação da liberdade e da dignidade da pessoa humana. Pessoas que não se honram imaginam ser normal a desonra. Foi o que fizeram com a arbitrária prisão”, disse. O ex-presidente ainda diz que algumas das conclusões tiradas nas peças do processo partem de noções como “parece que”, “tudo indica que” e “a prova é superficial”.

Em sua decisão, o juiz Marcelo Bretas utiliza conexões, sobretudo entre Michel Temer e o policial João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, para atestar que há indícios de que o dinheiro recebido por empresas ligadas a este em contratos com a Engevix e com uma agência de publicidade era uma forma de lavagem de recursos para o ex-presidente, que seria o destinatário final dos valores.

O emedebista voltou a comentar o controverso caso da mala de 500.000 reais, no qual se tornou réu na semana passada, por decisão do juiz Rodrigo Parente Paiva, do Distrito Federal. No episódio, que notadamente incomoda o ex-presidente, a Polícia Federal gravou Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente, caminhando com a bolsa, recebida de um executivo da JBS. Como em outras entrevistas e oportunidades desde então, Temer questionou as razões da Polícia Federal em não seguir Loures.

“O portador apanhou um táxi e, monitorado como se achava, não foi seguido. Sabem os leitores por quê? Porque a valise estava “chipada” e se esperava que ela viesse a ser entregue a mim, o que nunca aconteceu. Portanto, a mala não veio a mim, retornou com o dinheiro, e ainda assim fui denunciado como autor de um crime que jamais me poderia ter sido imputado”, diz.

Como em um recado a outros investigados e a membros do Poder Judiciário de perfil mais garantista, o ex-presidente cita um trecho do poema No caminho com Maiakovski, de Eduardo Alves da Costa. Só colocou a frase inicial, “no primeiro dia roubaram a rosa do meu jardim e eu não disse nada”. O poema acaba com o ladrão, “conhecendo nosso medo”, roubando tudo, incluindo “a luz” e “a voz da garganta”.

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