O presidente Michel Temer (MDB) admitiu publicamente pela primeira vez que cogita ser candidato à reeleição para a Presidência da República. Questionado diretamente por jornalistas sobre a probabilidade de disputar um novo mandato, afirmou: “não é improvável, mas ainda não decidi”.
Na sequência, indagado sobre quando tomará essa decisão, disse que “só o tempo dirá”. O presidente afirmou ainda que a sua possível candidatura está sendo objeto de “conversações”, que incluem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, definido por Temer como “uma grande figura”.
Pré-candidato ao Planalto, Meirelles tem negociações adiantadas para entrar na disputa pelo mesmo MDB. Seu atual partido, o PSD, deve apoiar a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
A executiva do MDB quer ter candidatura própria e se divide quanto ao candidato. Parte prefere a entrada de Meirelles na disputa enquanto outros, mais próximos a Temer, tentam convencer o presidente de que só ele seria capaz de defender nas urnas o “seu legado”.
Na comparação entre os dois, Temer tem uma vantagem, um empate e uma derrota. Ao contrário do ministro da Fazenda, o presidente não precisa se decidir até o dia 7 de abril, prazo máximo para que interessados em disputar a eleição deixem os atuais cargos caso queiram se candidatar a outros postos, como é o caso de Meirelles.
Ambos empatam (para mal) quando o assunto são as pesquisas eleitorais: oscilam em torno de apenas 1% das intenções de voto. Meirelles se dá melhor, por outro lado, por ter rejeição bem menor que a de Temer, na casa de 70% dos brasileiros.
Apesar da candidatura à reeleição do presidente ir progressivamente tomando forma, a bancada do MDB na Câmara não se empolga com a ideia. Ao contrário de Meirelles, Temer não pode bancar a campanha do próprio bolso e dependeria do Fundo Partidário, diminuindo a parte que caberá aos candidatos à Câmara.
Para completar, se sua rejeição não cair, vai afetar ainda mais as articulações e candidaturas aos governos estaduais. A posição majoritária, no entanto, é a de aguardar a “decisão” definitiva de Temer.
(Com Reuters)