SP: prefeito em exercício sanciona nome de Dona Marisa em viaduto
Projeto de lei batizará via na zona sul com nome de ex-primeira dama, falecida em fevereiro. Prefeito João Doria e vice Bruno Covas estão em viagens
Prefeito em exercício de São Paulo, o vereador Milton Leite (DEM) sancionou nesta sexta-feira o projeto de lei aprovado pela Câmara paulistana no início de dezembro e que dará o nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva a um viaduto em construção na região de Santo Amaro, zona sul da capital paulista.
A sanção do projeto que homenageia a mulher do ex-presidente Lula, falecida em fevereiro, deu-se na ausência dos tucanos João Doria, prefeito de São Paulo, e Bruno Covas, vice-prefeito, ambos em viagens pessoais.
A via, que terá o nome de Dona Marisa Letícia, inicia-se na Estrada do M’Boi Mirim e termina na confluência da avenida Luiz Gushiken – outro nome ligado ao PT, ex-deputado federal e ex-ministro, morto em 2013 – com a rua Adilson Brito, passando por cima da rua Daniel Klein. A obra do viaduto deve ser concluída em março de 2018.
O texto aprovado na Câmara e sancionado hoje pelo prefeito em exercício foi um substitutivo apresentado pelo próprio Leite e o vereador Paulo Reis (PT) ao projeto original, assinado pela bancada do PT, que previa a homenagem em outro local: o prolongamento da avenida Chucri Zaidan, também na zona sul de São Paulo, em uma região mais nobre, o bairro Chácara Santo Antônio.
O projeto original sofria forte resistência da base aliada a João Doria – por isso, houve uma alteração negociada, que envolveu a articulação de Milton Leite.
A ex-primeira-dama era ré em dois processos da Operação Lava Jato. Depois de sua morte, por complicações decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, extinguiu a punibilidade de Marisa Letícia em ambas ações. Em uma delas, que apura o pagamento de propinas a Lula pela empreiteira OAS por meio da compra e da reforma de um tríplex no Guarujá, o petista foi condenado por Moro a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.