Líder nas pesquisas de intenção de votos na corrida ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Lula (PT) divulgou mensagem neste feriado do bicentenário da Independência afirmando que “7 de Setembro deveria ser um dia de amor e união pelo Brasil. Infelizmente, não é o que acontece hoje”. Principal adversário do presidente Jair Bolsonaro e foco preferencial de manifestantes que foram na manhã desta quarta-feira, 7, à região da Esplanada dos Ministérios, o petista disse em uma rede social ter “fé que o Brasil irá reconquistar sua bandeira, soberania e democracia”.
Programas eleitorais do PT têm explorado a subtração de símbolos nacionais, como a bandeira do Brasil, por apoiadores bolsonaristas, embora o mais recente foco da ofensiva do ex-presidente na reta final da corrida eleitoral seja engrossar as críticas de que Bolsonaro e seu entorno têm contra si suspeitas de corrupção. Um spot feito pela campanha petista jogou luz, por exemplo, nas acusações de que a primeira-família comprou diversos imóveis com dinheiro vivo desde que entrou na política. O vídeo, que retrata as suspeitas como “um negócio tamanho família”, está sob escrutínio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já que a campanha de Bolsonaro acionou a Corte para tentar retirá-lo do ar.
Pouco antes do início do desfile cívico-militar desta quarta, a deputada bolsonarista e candidata à reeleição Bia Kicis (PL-DF) afirmou a VEJA que este Sete de Setembro será uma “prévia da eleição”. De fato, o presidente e seus aliados tratam as manifestações de Brasília e, mais tarde, no Rio de Janeiro, como um importante termômetro para o ex-capitão demonstrar força e eventualmente encurtar a vantagem que o ex-presidente Lula tem nas pesquisas. O tom dos discursos que Jair Bolsonaro pretende dar ao se lançar em carros de som nas duas cidades também será sintomático do ânimo do presidente de eventualmente incendiar o processo eleitoral.
O ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e o chefe da Economia Paulo Guedes foram emissários recentes de um aceno à pacificação de Bolsonaro com o ministro do STF e presidente do TSE Alexandre de Moraes. Apesar de um início de distensão, nos últimos dias o ex-capitão voltou a subir o tom e, entre outras coisas, chamou o magistrado de “vagabundo”.