O ministro da Justiça, Sergio Moro, se manifestou pelo Twitter sobre as novas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil. O ex-juiz voltou a colocar em dúvida a autenticidade das conversas e minimizou o conteúdo discutido pelos procuradores. Segundo os diálogos, os membros do MPF criticaram a atuação do então juiz e sua aproximação com Jair Bolsonaro (PSL), que acabara de vencer as eleições de 2018. “A matéria do site, se fosse verdadeira, não passaria de supostas fofocas de procuradores, a maioria de fora da Lava-Jato”, escreveu o ex-juiz na rede social.
Ele se baseou na informação de que as mensagens foram adulteradas, algo que “só reforça que as mensagens não são autênticas”. Pelo Twitter, o jornalista Glenn Greenwald, editor The Intercept Brasil, admitiu que foi um erro de edição a publicação do nome do procurador Ângelo Goulart Villela – preso em 2017 – antes que o conteúdo estivesse disponível no site. De acordo com a reportagem, trata-se, na verdade, de Ângelo Augusto Costa, também do MPF. “Nós cometemos um erro ao colocar os bate-papos no formato online porque havia 2 Angelos. Nós o corrigimos antes de ser publicado quando detectado por nossa checagem de fatos”, escreveu.
De acordo com o ministro, as mensagens divulgadas são “um balão vazio, cheio de nada” e que a divulgação visa, apenas, constranger a força-tarefa da Lava-Jato. “Até quando a honra e a privacidade de agentes da lei vão ser violadas com o propósito de anular condenações e impedir investigações contra corrupção?”, indagou Moro.
O procurador Deltan Dallagnol também usou o Twitter para comentar os diálogos. “As mensagens que circulam como sendo de integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato já acumulam diversas evidências de adulteração, além de serem produto de um crime cibernético”, escreveu Dallagnol. Assim como Moro, ele não reconhece a autenticidade do conteúdo publicado pelo site: “Os procuradores da FT e outros que seriam os autores das mensagens não as reconhecem como autênticas”.
Dallagnol afirmou ainda que as sentenças de Moro, quando juiz, foram referendadas por instâncias superiores. “Os ataques deferidos contra a Lava Jato são inócuos porque a operação é sustentada com base em provas e está submetida ao crivo do Poder Judiciário, que já validou o trabalho desempenhado pela força-tarefa em diferentes instâncias”, afirmou o procurador.
Ele escreveu que a força-tarefa não vai se acuar diante do que classificou como ataques e disse que a Operação Lava-Jato seguirá cumprindo sua “função constitucional”. Ele atribuiu a publicação das mensagens a interesses de poderosos. “Os procuradores que atuam na Lava Jato sabem do incômodo causado pela operação a pessoas ricas e poderosas”, encerrou Dallagnol.
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