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Senado adia eleição para presidência após impasse de 5 horas

Manobra do presidente interino, Davi Alcolumbre, garantiu votação aberta e gerou reação de aliados de Renan Calheiros. Sessão será retomada amanhã às 11h

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 fev 2019, 23h09 - Publicado em 1 fev 2019, 23h04

Após uma manobra do presidente interino do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e um impasse de cinco horas, os senadores adiaram para as 11h deste sábado, 2, a eleição para a presidência da Casa. A controvérsia tem como ponto central a definição sobre se a votação seria aberta ou secreta, como havia determinado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.

O voto secreto fortaleceria a candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL), que busca ser eleito pela quinta vez para comandar o Senado. Isso porque alguns senadores que votariam nele em uma eleição reservada deixariam de fazê-lo se tivessem que declarar a opção abertamente, em função das investigações contra o emedebista – são dez inquéritos no STF abertos a partir da Lava Jato e seus desdobramentos.

Nome apoiado e articulado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Davi Alcolumbre presidiu a sessão por ter sido o único remanescente da mesa diretora da legislatura anterior a continuar com mandato. Embora tenha feito campanha e pedido votos a colegas, o senador do Amapá não se declarou candidato e presidiu a sessão normalmente.

Aliados de Renan e o próprio senador alagoano sustentavam que Davi Alcolumbre não poderia conduzir os trabalhos na Casa por ser um dos postulantes à presidência e que as questões de ordem levantadas por senadores pedindo a votação aberta não deveriam ser sequer analisadas, porque a sessão de hoje, denominada “preparatória”, se destinaria unicamente à eleição, sem espaço para deliberações.

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Antes que os nomes dos candidatos, incluindo o seu, fossem anunciados pelos líderes partidários, contudo, Alcolumbre manobrou e colocou em votação no plenário o pedido de votação aberta, que acabou aprovado por 50 votos a 2. A votação foi boicotada por senadores que defendem a votação secreta, prevista pelo regimento do Senado. Diante da manobra, aliados de Renan reagiram e passaram a acusar o senador do DEM de “usurpar” a posição.

A senadora Katia Abreu (PDT) chegou a subir até a mesa diretora do Senado e tomou de Davi Alcolumbre uma pasta com as respostas dos senadores às questões de ordem sobre o voto aberto na eleição. “Só eu que estou fazendo a coisa errada? Ele está vindo com um trator D8 zero quilômetro, passando por cima dessa Casa e vamos ficar tudo educadinho aqui, fingindo que nada está acontecendo? Não, gente, o que é isso, ou vocês acham que eu tô achando bom fazer isso aqui”, gritou Katia, sentada ao lado de Alcolumbre na mesa.

Na sessão deste sábado, quando a candidatura de Davi Alcolumbre será oficializada, o senador mais velho na Casa, José Maranhão (MDB-PB), comandará os trabalhos. Maranhão é aliado de Renan Calheiros e não poderá, conforme disse Alcolumbre, revogar a decisão tomada pelo plenário sobre a votação aberta.

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Além de Renan e Davi Alcolumbre, devem ser candidatos Fernando Collor (PROS-AL), Alvaro Dias (Podemos-PR), Reguffe (sem partido-DF), Esperidião Amin (PP-SC), Major Olímpio (PSL-SP) e Angelo Coronel (PSD-BA). Desafeto de Renan Calheiros, Tasso Jereissati (PSDB-CE) desistiu de concorrer e passou a apoiar Alcolumbre.

Em dezembro, o ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE), ex-presidente do Senado, decidiu que será eleito o candidato que receber a maioria dos votos, ou seja, 41. Caso o número não seja atingido, haverá segundo ou mais turnos.

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