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Sem reforma, só ‘ministro da Alquimia’ resolve, diz Bolsonaro

Presidente voltou a comentar declaração do ministro Paulo Guedes a VEJA de que deixará o cargo caso seja aprovada uma 'reforminha' da Previdência

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 Maio 2019, 19h17

Depois de declarar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, “está no direito dele” ao dizer em entrevista exclusiva a VEJA que deixará o cargo caso a reforma da Previdência seja aprovada como uma “reforminha”, o presidente Jair Bolsonaro usou humor para fazer um novo comentário sobre o assunto.

No início da noite desta sexta-feira, 24, Bolsonaro escreveu no Twitter que o “casamento” entre ele e Guedes “segue mais forte que nunca” e que, caso a reforma não seja aprovada, deverá trocar o ministro da Economia pelo da “Alquimia”. “Só assim resolve”, conclui o presidente.

Mais cedo nesta sexta, durante passagem por Pernambuco, primeira parada em sua viagem ao Nordeste, Bolsonaro declarou que “ninguém é obrigado a ficar como ministro meu”. Ele voltou a dizer que “haverá um caos na economia” se a reforma não for aprovada.

Na entrevista exclusiva a VEJA, Paulo Guedes afirma que, caso o Congresso aprove uma reforma que represente economia inferior a 800 bilhões de reais em dez anos, uma “reforminha”, em suas palavras, renunciará ao cargo. “Pego um avião e vou morar lá fora”, avisa. “Já tenho idade para me aposentar”.

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Com uma economia menor, avalia o ministro, “não há a menor possibilidade de lançar uma nova Previdência. Estaríamos só remendando a velha”. A proposta de mudança nas aposentadorias enviada pelo governo ao Legislativo prevê economia de 1,2 trilhão de reais em uma década.

“Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo. A velha Previdência quebrou. Não vamos ter nem dinheiro para pagar aos funcionários. Vai ser o caos no setor público, tanto no governo federal como nos estados e municípios”, afirma Guedes. “A Previdência é hoje um buraco negro, que engole tudo ao redor. O déficit tem crescido cerca de 40 bilhões de reais por ano. A reforma é urgente, porque os mercados não vão esperar muito mais. Eles fogem antes. A engolfada pode vir em um ano, um ano e meio”, completa.

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