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Sem coligação, Marina libera Rede para negociar alianças nos estados

Partido quer garantir sua sobrevivência elegendo um número suficiente de deputados federais para ultrapassar a cláusula de barreira

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 25 jul 2018, 15h41 - Publicado em 25 jul 2018, 08h59
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  • A pouco mais de uma semana da convenção nacional e ainda sem partidos em sua coligação, a Rede liberou os diretórios estaduais para tocarem suas próprias alianças, e já trabalha com a possibilidade de palanque duplo em alguns estados. O partido entende que a prioridade, além de eleger Marina Silva presidente, é garantir a sobrevivência da sigla elegendo um número suficiente de deputados federais para ultrapassar a cláusula de barreira — um mínimo de nove em nove estados.

    Em ao menos sete diretórios as negociações passam por seis siglas (PT, PCdoB, Podemos, PRTB, PPL e PSC) que têm pré-candidatos próprios ao Planalto. Além deles, o PPS e o PSB, que, apesar de ainda não terem anunciado apoio oficialmente, estão mais próximos de outros presidenciáveis. “Ainda que porventura tenhamos discordância, o partido tem autonomia para tomar suas decisões (locais) levando em consideração a avaliação do próprio estado”, disse Marina na segunda-feira 23 em entrevista coletiva.

    O diretório da Rede em Santa Catarina, que pretende lançar o professor Rogério Portanova ao governo, também admite conversas com PPS, PPL, Podemos e PCdoB — dos presidenciáveis João Vicente Goulart, Alvaro Dias e Manuela d’Ávila, respectivamente. O próprio Portanova participou de um encontro suprapartidário com Dias há duas semanas e disse que “não tem problema nenhum em ter mais de um presidenciável”.

    “O ideal é priorizar a candidatura de Marina, mas eles sabem que se for melhor para a Rede no estado, pode-se admitir (duplo palanque)”, disse o porta-voz no Estado, Nelson Zunino.

    No Espírito Santo, o porta-voz André Toscano traça cenários em que candidatos locais participem de eventos com Marina Silva e Manuela d’Ávila. “Pode acontecer que a gente consiga, por exemplo, acomodar o PCdoB com a candidatura a deputado estadual e senador. Não precisa ser governador. Aí a gente consegue acomodar a Manuela no palanque”, afirmou. No estado, a Rede conversa ainda com PV, PHS e PSC.

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    A dificuldade da Rede em fechar alianças também se reflete nas negociações com o PSB nos estados. No Distrito Federal e no Amazonas, os diretórios estaduais desistiram de lançar pré-candidatos ao governo em troca de uma aliança com o PSB, visando a aproximar as siglas nacionalmente — o que acabou não ocorrendo. “O PSB está dividido, mas no Amazonas estamos em harmonia. Eles aqui são ‘marineiros’, não querem votar no PT e muito menos no Ciro Gomes (PDT)”, disse o coordenador do diretório amazonense, João Lúcio.

    Já o PPS pode estar em ao menos três coligações com a Rede — em Rondônia e Santa Catarina, apesar de o presidente da sigla, deputado Roberto Freire (SP), declarar apoio ao presidenciável tucano, Geraldo Alckmin,  O partido apoiou Marina em 2010 e 2014 e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) já chegou a dizer que Freire seria “um bom vice” neste ano.

    Ao menos em Rondônia, a chapa Rede-PPS está mais próxima de se concretizar. “Estamos bem afinados. Está praticamente acertado. Para nós, não vejo nenhum problema em dividir palanque com Marina ou outro nome com quem o PPS decida coligar-se nacionalmente”, disse o presidente da sigla no estado, Jaime Kalb.

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    Em Pernambuco, o pré-candidato da Rede, Júlio Lóssio, negocia apoio ao PT, um partido da “polarização”, como integrantes da Rede costumam se referir à legenda. “Penso que as questões regionais têm que ser respeitadas”, afirmou Lóssio, que admite a possibilidade de sair como vice na chapa da vereadora do Recife Marília Arraes, caso o PT decida mesmo lançá-la candidata ao governo.

    Marina citou nesta terça-feira 24 o economista Ricardo Paes de Barros, idealizador do Bolsa Família, como um possível nome para ser vice em sua chapa. Ele é filiado à Rede e colabora com a campanha da pré-candidata.

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