‘Se houve acordo, o partido vai honrar’, diz Humberto Costa sobre Boulos
Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT para 2024, o senador reconheceu que o apoio ao deputado do PSOL causa divergências no PT
Nome do PSOL escolhido para concorrer à prefeitura de São Paulo em 2024, o deputado federal Guilherme Boulos cobra apoio do PT para a disputa. Para isso, porém, terá de superar as resistências da ala mais pragmática e de parte do diretório paulista da sigla, que pensa em lançar candidatura própria. Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) petista para as eleições de 2024, o senador Humberto Costa afirma que, “se de fato houve um acordo político em 2022” entre Boulos e o PT, “o partido vai honrar esse acordo”. Costa pondera, contudo, que “tem gente que diz que não houve esse acordo”, o que tem gerado divergências internas.
Em março do ano passado, Boulos desistiu de concorrer ao governo de São Paulo e declarou apoio a Fernando Haddad (PT), com um discurso de fortalecimento da esquerda contra o nome apoiado por Jair Bolsonaro, o hoje governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na ocasião, foi noticiado que PT e PSOL haviam combinado a desistência do psolista em favor de Haddad, em troca de um apoio petista a Boulos na eleição municipal de 2024.
“Suponho que, se de fato houve um acordo político em 2022, com certeza o partido vai honrar esse acordo. Há uma polêmica, tem gente que diz que não houve acordo, tem gente que diz que acha que houve. Vamos avaliar”, diz Costa a VEJA.
Por enquanto, no PT, reina a indefinição, inclusive dentre os integrantes do GTE, grupo que pensa as estratégias para o pleito de 2024. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, é uma das vozes que puxam a corda para o lado de Boulos. Ela entende que houve acordo e que isso deve ser honrado. O deputado federal Jilmar Tatto, que pertence ao diretório paulista, pensa diferente: para ele, o partido deve lançar um candidato próprio na capital do estado. Já o parlamentar Washington Quaquá (RJ), vice-presidente nacional da sigla e também integrante do Grupo de Trabalho Eleitoral, é outra voz dissonante e tende a preferir composições mais ao centro. “Está bem dividido, nesse caso”, diz Quaquá.
Segundo colocado na disputa pela capital paulista em 2020, Boulos foi derrotado no segundo turno por Bruno Covas (PSDB), que teve 59,38% dos votos. No primeiro turno, o nome do PSOL teve 20,24%, contra 32,85% de Covas. O candidato do PT era justamente Jilmar Tatto, que na ocasião teve 8,55% e foi o sexto nome mais votado.
Em entrevista ao Amarelas On Air no mês passado, Boulos minimizou as divergências petistas e disse que a aliança entre o PT e o PSOL já está em fase de construção e será efetivada.