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Salles desiste de nomear madeireiro para superintendente do Ibama

Coronel Ricardo Bezerra, dono de fazenda de exploração de madeira no Pará, anunciou com ‘desapontamento’ a decisão tomada um dia após VEJA revelar nomeação

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 set 2019, 10h34 - Publicado em 5 set 2019, 17h13

Um dia depois de VEJA ter revelado que o novo superintendente do Ibama no Ceará seria o coronel Ricardo Célio Chagas Bezerra, suplente de deputado federal pelo PSL e dono de uma fazenda de exploração de madeira em Itupiranga, no interior do Pará, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, decidiu revogar a nomeação.

A decisão foi anunciada nesta quinta-feira, 5, pelo próprio Bezerra, em seu perfil no Twitter. “O senhor ministro do Meio Ambiente avaliou e visando a preservação do órgão, do governo e até minha, nesta área tão sensível, resolveu tornar sem efeito minha nomeação para superintendente do Ibama no Ceará, fato que recebo com desapontamento, mas também com naturalidade e resignação”, escreveu. “Continuo acreditando no nosso governo, nos ministros que estão conduzindo nossa nação com honestidade e proficiência”, completou.

A nomeação dele para o cargo havia sido publicada na quarta-feira 4. Bezerra é dono da fazenda Arapari, localizada na rodovia Transamazônica. Conforme os registros na Junta Comercial, a principal atividade econômica da fazenda é “extração de madeira em florestas plantadas”. O coronel explicou que a propriedade está inoperante desde 2003, quando militantes do Movimento Sem Terra invadiram o terreno. “Até os moradores, vaqueiros foram expulsos da fazenda ameaçados de morte, tudo registrado em boletins de ocorrência nos órgãos competentes”, escreveu.

Em seu perfil no Facebook, o coronel se descreve como um empresário da área de logística, que desenvolve “atividade agropecuária nos estados do Ceará e Pará”. Na Receita Federal, a empresa consta como inapta por “omissão de documentos”. O coronel explicou que a sua fazenda

Na lista de bens declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bezerra figura como proprietário de dois terrenos, um avaliado em 3,5 milhões de reais e outro de 160.000 reais. Graduado na Academia Militar das Agulhas Negas, Bezerra é coronel da reserva do Exército, com especialização em paraquedismo e guerra na selva. Ele foi comandante de batalhões no Pará e no Amazonas.

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Ele também é um dos coordenadores do Movimento Direita Ceará, que apoiou a campanha do presidente Jair Bolsonaro pela região Nordeste. No Facebook, o quase superintendente do Ibama se mostra um crítico ferrenho de ONGs que atuam na região amazônica e das “notícias sensacionalistas” que relatavam aumento no desmatamento neste ano. No dia 23 de agosto, ele fez um post dizendo que todos os presidentes que antecederam Bolsonaro “lotearam nossa Amazônia com 100.000 ONGs”. “Safados, oportunistas, venderam nossas riquezas, nossa soberania. Traidores do povo e da nação”, escreveu. Na publicação, aparecem as imagens de Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma.

Em outra postagem, do dia 17 de agosto, Bezerra compartilhou uma imagem do ex-deputado Enéas Carneiro, morto em 2007, com a seguinte legenda: “A Europa não está preocupada com as árvores da Amazônia, eles querem o subsolo. Se fossem as árvores, bastaria reflorestar as terras deles”. A publicação foi feita em meio à crise internacional que o governo enfrentou com as queimadas na região amazônica.

 

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