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Sabotagem e cooptação: as investidas do Planalto que irritaram Lira

Presidente da Câmara vê uma ação direta de ministros e assessores palacianos para minar sua ascendência sobre os deputados

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2023, 11h46 - Publicado em 4 jun 2023, 16h34

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acredita que vem sendo alvo de uma investida do Palácio do Planalto para sabotar a ascendência que ele tem sobre os deputados. Ainda sem uma base robusta no Congresso, o governo passou a procurar aliados de primeira hora de Lira para oferecer cargos e verbas e convidar para reuniões exclusivas.

As aproximações se dão de maneira direta com os parlamentares, contrariando a prática instaurada durante o governo de Jair Bolsonaro, quando essas definições passavam primeiramente pelo mandachuva da Câmara. Na gestão anterior, era Lira quem concentrava as demandas relativas às emendas, o que, na prática, fazia com que os deputados dependessem dele para destravar as verbas federais.

Por essa avaliação, o primeiro movimento para esvaziar o poder de Lira teria acontecido com os ataques ao chamado orçamento secreto, verba bilionária que o presidente da Câmara manejava no governo Bolsonaro. Durante a campanha, Lula se referia às emendas de relator como “podridão”. A medida acabou declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), numa votação vista por deputados do Centrão como resultado da ingerência do presidente da República.

Sem a verba, a Câmara passou a cobrar o domínio sobre os recursos remanescentes do orçamento secreto de Bolsonaro – cerca de 10 bilhões de reais que foram destinados aos ministérios. No entanto, os congressistas dizem que há uma priorização das verbas a aliados dos “donos” dessas pastas, como Integração Nacional e Cidades, mantidos sob a ingerência de senadores.

De mãos vazias, o presidente da Câmara ainda se vê alvo de um “atropelo” por parte do Planalto, com uma aproximação feita diretamente no varejo e sem passar por ele. Exemplo disso aconteceu recentemente, quando o secretário de Assuntos Parlamentares e braço direito do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Valmir Prascidelli, ofereceu um cargo no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a um aliado de Lira. “Conversa antes com o Arthur”, respondeu o convidado.

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Da mesma maneira, Padilha e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, chamaram quatro líderes partidários para uma reunião com Lula, da qual o presidente da Câmara não participaria. Os deputados, então, informaram sobre o convite ao deputado alagoano, e a reunião acabou não acontecendo.

“Na prática, estão querendo tirar todo o fluxo que antes ficava com o Arthur e concentrá-lo na Secretaria de Relações Institucionais”, resume um líder partidário.

Como mostra reportagem de VEJA desta semana, Lira atualmente tem uma considerável ascendência sobre cerca de 300 deputados. Em meio à irritação por falta de espaço, e sob o comando do chefe da Câmara, o time está disposto a pressionar o governo em diferentes frentes até conseguir mais influência na Esplanada dos Ministérios.

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