Pesquisa do Datafolha publicada nesta quarta-feira (6) mostra que o atual Congresso Brasileiro é o mais mal avaliado na história recente. Segundo o levantamento encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo, 60% dos brasileiros avaliam como ruim ou péssimo o desempenho dos atuais 513 deputados e 81 senadores.
Já a aprovação do trabalho dos congressistas caiu dos 9% registrados em março deste ano para apenas 5%, também a pior avaliação de uma série que começou em 1993. Para além disso, 31% dos entrevistados avaliaram a atuação dos políticos como regular enquanto 3% não souberam responder.
A série de pesquisas sobre o desempenho dos congressistas mostra que a legislatura atual é, na média, a mais mal avaliada de que se tem registro. Desde 2015, o índice de reprovação nunca tinha chegado abaixo de 41%. Já a aprovação jamais chegou acima de 12%. O momento em os índices de reprovação chegaram mais próximos ao números atuais ocorreu em 1993, último ano da hiperinflação brasileira, quando o nível de desaprovação do trabalho dos congressistas atingiu 56%.
O instituto ouviu 2.765 pessoas nos dias 29 e 30 de novembro, pouco mais de um mês após a votação da Câmara dos Deputados que barrou a tramitação da segunda denúncia criminal contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), político com uma das maiores taxas de impopularidade. A pesquisa possui uma margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos.
Perfil
Uma estratificação dos dados levantados pelo instituto de pesquisa revela que o nível de rejeição ao trabalho feito no congresso é maior em alguns segmentos. Entre eles, os mais ricos e aqueles com ensino superior que atingem um índice de 74% e 75% , respectivamente. O mesmo pode ser dito para quem desaprova a gestão Temer (69% de desaprovação) e para quem pretende votar no presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ), chegando aos 68% de desaprovação.
O Congresso, que atualmente configura um perfil mais conversador com a presença de bancadas como a da “bala” e a evangélica, tem uma avaliação menos negativa em outros segmentos. Aqueles com ensino fundamental completo atingem 52% de índice de desaprovação enquanto evangélicos pentecostais chegam a 51%.